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Vamos lá ter um bebé!

Achavam que iam encontrar resposta para os dramas da maternidade? Não! Este blog conta a experiência de 2 pais inexperientes que ainda estão aprender a diferença entre body e babygrow. Prometemos doses de riso e muito amor!

Vamos lá falar de um bebé com refluxo.

Ando há dias, meses, para escrever sobe esta aventura que está a ser esta minha 2ª filha, diagnosticada com refluxo acentuado quando tinha 2 meses.

Acho que está na altura de partilhar com outros pais a nossa experiência - mesmo que sem qualquer solução...apenas com o intuito de dizer "hey, não são os únicos!" - algo que por mais estupido que seja, acaba por ser reconfortante.

 

Desde que tem 10 dias que a minha filha chora compulsivamente sem razão aparente.

No início, achámos que fossem cólicas porque tinha muita dificuldade em fazer cocó, mas com o passar dos dias percebemos que de outra coisa qualquer se tratava. Comia, arrotava e ficava a berrar até voltar a comer - e isto é loop durante dia e noite.

Todos sabemos que um bebé a seguir a comer fica mole, tranquilo, satisfeito.. a não ser que, como indicou na altura a pediatra, ela não tivesse a ser alimentada suficientemente.

Vai de lhe enfiar um biberão pela goela a seguir a mamar para ver se a miúda se acalmava. O meu leite, aparentemente, não era suficiente e isso deixava-a doida de fome. 

 

Mentira.

 

Por mais biberões que lhe dessemos ela ficava sempre aos gritos, completamente perdida... ela e nós.

 

Passavam os dias, e eu já sem leite porque estava claramente a apostar as minhas fichas no biberão, a miuda começou a ser alimentada exclusivamente a leite de lata. E, com cerca de 1 mês, começa a vomitar em jato o leite todo após a refeição. Uma, duas, três vezes ao dia. Berros de meia noite. Um bebé infeliz. Uns pais perdidos. Uma irmã mais velha estoirada.

 

Não vou entrar em pormenores de como chegámos à conclusão do refluxo, mas fizemos várias ecografias, vários exames médicos, várias análises, ela chegou a ficar internada a soro, e nada. Ninguém via nada, ninguém disgnosticava nada. Acabavam sempre a mandar-nos para casa com palmadinhas nas costas e palavras e força para continuar.

Ora nem as palmadinhas nem as palavras ajudam. E mandarem um bebé que está constantemente a vomitar para casa é um CRIME, Senhores Médicos deste Portugal. 

 

Mas nós, pais com uma intuição fora do normal, não páramos enquanto não descobrimos o que se passava com ela. Fomos a uma médica de gastro pediátrica, Dr. Piedade Sande Lemos, que supostamente é incrivel e não há nada como um médico INCRÍVEL.

Em apenas 30 segundos de conversa, onde descrevi vários comportamento que eu achava "estranhos" na miúda, ela fez o diagnóstico e recomendou-me uma médica específica da CUF Cascais onde deveria ir fazer a ecografia - já lá tinha estado há uns dias nas urgências a fazer a mesma ecografia mas com uma médica diferente que me mandou a criança para casa porque não via nada..

E assim foi, uma ecografia BEM FEITA que demonstrou vários episódios de refluxo e uma criança que tinha de ser imediatamente medicada pois não estava a engordar há quase duas semanas. 

A medicação, não acaba com os vomitares/bolsares, diminui apenas o mau estar do bebé. É como um "Prazol" da vida, regula os ácidos do estômago e faz com que a miúda não sofra tanto quando o leite vem para cima. 

 

Sintomas de Refluxo:

  • Irratibilidade ao longo de todo o dia e noite
  • Choro compulsivo depois das refeições e quando posta na horizontal
  • Muitos arrotos
  • Soluços constantes
  • Tosse (como se tivesse sempre qualquer coisa na garganta a incomodar)
  • Vómitos e bolsares exagerados
  • Desinteresse pelas refeições

 

Supostamente, e segunda a médica, a válvula que separa o estômago do esófago não trabalha bem e só com 1 ano de idade, se nada mudar, é que se vai perceber se era apenas imaturidade do sistema ou se é alguma anomalia genética mais chata.

Até lá, os conselhos que posso dar a quem esteja a passar pela mesma situação, e que surgem desta experiência de quase 5 meses disto são:

 

  • Cabeceira da cama levantada o mais possível
  • Mudar a fralda antes das refeições
  • Arrotar sempre depois das refeições 
  • Ficar com o bebé direito ao colo durante uns bons minutos depois de comer
  • Não abanar muito a criança, evitar andar com o carrinho na bela da calçada portuguesa
  • Babywearing é uma boa compra
  • Sessões de osteopatia para relaxar os músculos do estômago que estão em constante esforço e tensão [Osteopraxis]
  • Muita cafeína e ajuda de avós porque as noites são um verdadeiro pesadelo

 

Tudo isto ajuda a atenuar, mas confesso que nada disto acaba com o refluxo. Aqui por casa cada dia é um dia, há dias melhores em que dormimos 3 horas seguidas, outros tão maus que não chegamos a pregar olho uma única hora durante a noite. 

 

Têm sido meses de cansaço extremo, privação de sono, frustação e muitas lágrimas. Só resta acreditar que tudo vai passar e que, talvez, só talvez, hoje a noite seja melhor.

 

A mãe, exausta.

 

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