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Vamos lá ter um bebé!

Achavam que iam encontrar resposta para os dramas da maternidade? Não! Este blog conta a experiência de 2 pais inexperientes que ainda estão aprender a diferença entre body e babygrow. Prometemos doses de riso e muito amor!

To eat or not to eat, eis a questão.

Quando estás grávida vais a um básico restaurante de hamburgueres e o teu pedido é mais complicado de explicar que o conceito de buraco negro. "Queria o hamburguer XPTO mas, e agora é melhor trazer o bloquinho de notas, a carne muito bem passada, sem ser esturricada mas também não pode ser crua, sem a alface, tire tudo o que é verde e cru, deixe o tomate mas tem de grelhar (tem mesmo de deixar o tomate cozinhar), com cheddar em vez de brie e a cebola tem de ser passada na chapa."

 

As restrições alimentares são um tema. 

 

De um lado temos os médicos mais conservadores que por eles até a sopa era feita com água engarrafada, por outro os mais modernaços que aconselham um sushi por mês para a criança não nascer com cara de niguiri. 

 

E nós grávidas pela primeira vez, com pouca inteligência e conhecimento relativamente a qualquer tema da gravidez, vamos vendo o que esta e aquela vão fazendo e tentado balançar aquilo que se vai ouvindo dizer. 

 

Como a minha médica também não é rapariga de grandes posições relativamente a este tema, fui largada um bocado aos lobos apenas com a noção de duas coisas "não comer alimentos crus, não comer alface e tomate sem passar por vinagre". Parece coisa pouca "ahhh, que exagero, elas não podem comer sushi e tártaro de resto podem comer tudo aquelas lontrinhas". 

Mas só que não!

 

Presunto é considerado carne crua, os queijos têm de ser pasturizados (o leite não pode ser cru), as frutas afinal também não podem ser comidas assim tranquilamente porque a casca pode ter a mesma bactéria que está no tomate e na alface antes de serem passados por vinagre, os bivalves estão fora das hipóteses porque se tiverem estragados é um filme.

 

E isto são as coisas que eu tenho atenção, porque há outras coisas que supostamente não são aconselháveis mas enquanto não me derem uma justificação minimamente credível e com sentido também não vou deixar de comer só porque sim (como é o caso do camarão).

Posto isto, gasto mais vinagre do que creme para prevenir as estrias e rendo-me ao doces que são meus amigos verdadeiros e não me fazem mal (menos à mousse de chocolate que tem ovos crus!).

 

 

Mas já estou na recta final da gravidez e não aprendo.

Não sei se é da falta de memória que o meu homem já mencionou anteriormente (algo que eu não me lembro de acontecer assim tantas vezes, mas acredito no que ele diz!), ou se é simplesmente distração. Mas no outro dia (já com 7 meses de restrições) estava muito bem a deliciar-me com um wrap do Mcdonalds quando me apercebo que estou a comer alface e tomate. Oh meu deus! O vinagre! As bactérias! A toxoplasmose e tudo o que isso implica (que nunca ninguém me soube explicar o que era exatamente!).

Senti-me uma lontrinha, má mãe, com défices de atenção e sem capacidade de tomar conta de nada nem de ninguém. Quase que chorei. Com algum esforço, pousei o wrap de lado e foquei a minha atenção no Mcflurry de M&M's.

 A mãe.

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