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Vamos lá ter um bebé!

Achavam que iam encontrar resposta para os dramas da maternidade? Não! Este blog conta a experiência de 2 pais inexperientes que ainda estão aprender a diferença entre body e babygrow. Prometemos doses de riso e muito amor!

Dois é a conta que Deus fez.

É tudo tão bonitinho, calmo e tranquilo. São duas miúdas lindas e cheia de saudinha, que mais poderia pedir uma mãe?
A realidade é muito menos instagramável.

Têm sido dias verdadeiramente duros e desafiantes. Dias que têm posto à prova qualquer sanidade mental que restava nesta família. 😱 (se é que ainda havia alguma!)

Há 4 semanas que não se dorme mais do que duas horas seguidas (e é um luxo!), os finais de dia são verdadeiramente caóticos (é especialmente agradável quando estou sozinha com elas e começam as duas aos gritos!), as viagens de carro fazem-nos querer abrir a porta em andamento e saltar (é incrível como isto pode parecer uma ideia tão boa!) e grande parte dos passeios acabam pouco antes de começarem. ☠️


Claro que a maternidade tem coisas muito lindas e felizes e que ter filhos é a melhor coisa do mundo, rebeubéu pardais ao ninho, mas é também a coisa mais difícil.. e esta está a ser uma fase bem cansativa!! 

Acho muito giro procriarem como coelhinhos e terem muitos filhos todos vestidos de igual para a fotografia da Páscoa, mas não contem mais comigo - só aceitarei mais seres vivos cá em casa se forem cor de laranja e viverem num aquário com sistema de alimentação e limpeza automático. 🐡😆
A mãe.

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Um desabafo alimentar

Estou perdida neste novo regime alimentar em que não conheço 98% dos ingredientes das receitas da maior parte das bloggers/instagramers partilham e que já uma boa parte das pessoas que conheço segue à risca.

Até agora ainda não arranjaram nenhum nome fancy para o sal q.b. e a pimenta q.b. mas qualquer dia já nem esses eu consigo identificar. 

 

Primeira grande questão é: nem toda a gente tem tempo nem vontade de estar no ginásio mais de metade do dia a queimar tanta proteína que se recomenda nas receitas que por aí andam. O comum mortal tem trabalhos das 9 as 6 com pausa para o almoço sendo que o dia se passa sentadinho com o rabo na cadeira a escrever no teclado. Não precisamos dessa energia toda! 

A segunda questão é o poder do abacate. O abacate e o seu suposto sabor delicioso. Sou só eu ou o abacate não é assim tão delicioso que se justifique hipotecar a casa para comprar 1kg todos os dias? Malta, isto é grave - no Reino Unido vendem-se mais abacates do que laranjas. 

Já não se fazem bolos ou mousses ou outras sobremesas de chocolate com a clássica tabelete pantagruel. Naaaaa isso é muito impuro. Só com pepitas de cacau exótico. Tudo o que venha abaixo disso é cocó. 

 

E isto é uma lista interminável, desde os sem glúten, sem lactose, sem proteína animal, sem isto, sem aquilo, só com bróculos do Éden, pão de quinoa, leite vegetal (o de vaca é quase crime!), tomates cherry tricolor (o vermelhos estão demodé), zoodles (esparguete normal é muito 2015) e coentros apanhados no topo dos Himalaias por jovens Budistas.

Tudo tendências ditadas por um qualquer guru que escreve mais um livro de receitas e dicas consideradas como super mega saudáveis que o vão fazer ser uma pessoa muito mais pura e bonita.

 

É normal que uma pessoa se sinta perdida neste mundo completamente disfuncional em que por um lado, temos este disparate de extremismo que me faz sentir uma criminosa quando num restaurante escolho batata normal em vez de doce. Por outro, temos um supermercado tipico ocidental com tudo aquilo que sabemos que nos anda a tirar saúde e a matar aos poucos.

 

Chega a ser ridicula a forma como as grandes marcas alimentares encaram os seus negócios.. fazem do Escobar um gaiato no business. A Nestlé devia ter vergonha de vender iogurtes para bebés de 7 meses (aqueles que ainda são com leite adaptado) carregados de açúcar. Já para não falar dos cereais e snacks para criança. Como dizia um artigo que li há uns dias, fomos presenteados com "banquetes de veneno" doces ou salgados, dados por estas multinacionais, e perdemos a confiança em qualquer artigo científico ou organização de saúde. Todos sabemos que estes são financiados pelas tais multinacionais que são piores que o Pablito.

 

A escolha entre o supermercado mais nocivo que Hiroshima e as sementes de chia parece fácil não é? Mas e o que sabemos nós sobre esta dieta clean and cool que tanto se tem falado ultimamente? Acho importante perceber mais antes de entrar em grandes extremismos. E mais, uma coisa que não é preciso um curso de nutrição para saber, é que cada corpo, cada estilo de vida, precisa de um tipo de alimentação específica que pode não ser o mesmo daquela blogger que tanto achamos graça.

 

Não queria terminar sem dar:

- uma salva de palmas para as pessoas que ainda tentam ter uma dieta relativamente equilibrada onde evitam comer animais mal tratados, mas não se importam se ir ao Mcdonalds quando a noite anterior foi complicada;

- uma salva de palmas aos gurus que tornaram a beterraba num alimento não só comestível como muito apreciado pelo mundo ocidental fora. 

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 A mãe

A tortura do sono.

Antes de ser mãe achava que a privação de sono era um tipo de tortura que só existia lá para os séculos medievais onde não havia direitos humanos nem civismo. Engano, mas que grande engano.

A privação do sono é, sim, uma tortura muito presente e não é feita por mauzões grandes e com força para nos torturar até à morte. É feita por serezinhos mínimos, com a rapidez de uma tartaruga e com força apenas para arrancar cabelos.

É contínua no tempo e nunca acaba, nem mesmo quando dormem benzito numa noite. Porque acordam invariávelmente às 7 da manhã, seja feriado nacional ou um dia normal de trabalho.

 

Sim, porque quando vais para o trabalho depois de uma maratona de noites más estão reunidas as condições perfeitas para homícidios qualificadíssimos!

Porque chegas de manhã e alguém diz: "Aiiii amigaaaa ontem tive uma insónia e só dormi 8 horas. Estou tão cansada! [boceja]" e fazes um esforço para não adormecer e deixar a cara cair para dentro do segundo balde de café matinal e dizes com uma pena puxada a ferros: "Coitada de ti, amiga.". Isto enquanto cortas um bocadinho o pulso direito.

 

Para além dos pulsos, também há aquelas facadas que vais levando nas costas cada vez que falas com uma mãe cujo filho dorme lindamente, noites todas, sempre, desde que nasceu, não chora e é um santo. É um misto de "que bom!" com "que cabra!". 

Mas a verdade é que ninguém sabe o que isto é até passar realmente por isso, coitadinhas....

 

Quando expões este teu problema a alguém, porque realmente é uma coisa que está a afetar a tua saniedade mental e não sabes como estás de pé quanto mais a expôr alguma coisa, e recebes conselhos completamente díspares como: "deixa-a chorar que ela aprende" e "não a deixes chorar isso é coisa da época medieval, deixa-a dormir na tua cama". 

 

E nós vamos fazendo um bocadinho disto e um bocadinho daquilo a tentar que a monstrinha do sono ganhe cabedal para acordar a meio da noite e não precisar que um de nós lá esteja para a adormecer. 

Tem estado melhor, aliás só porque está melhor é que estou às dez da noite cheia de energia para escrever este post. Mas como dá azar falar, não falemos sobre o quão melhor ela está. 

 

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Falemos de uma noite típica cá de casa.

Como não há cá desigualdade de género e não vivemos na tal época medieval a regra é estarmos de alerta noite sim, noite não.

Noite sim: estás quase a entrar no sono profundo, mas ainda a tentar desligar do dia e de todas as mil coisas que fizeste, estás quase quase a adormecer, mesmo quase e .... e ouves um uuuuééééé... esperas um/dois minutos........ O uuuuééé parou, porreiro voltas à estaca zero de tentar desligar do dia....

ou

O uuuuééé não parou, levantas-te se, vais ao quarto dela, metes a chucha, dás o peluche de dormir para ela não se agarrar logo à tua mão e não largar nunca mais e vais em pézinhos de lã, fazendo as maiores figurinhas do mundo para não fazer barulho até à cama e tentas novamente desligar do dia. Agora é isto em loop até ser de dia e ser "aceitável" levantar de vez.

 

Um destes repetidos dias em que o uuuuééé não parou, disseram-me com toda a razão do mundo - sabes que alguém está a dar as últimas quando veste a roupa ao contrário e se esquece constantemente de tirar o travão de mão. E isto já me aconteceu mais vezes do que eu esperava portanto quando quiserem ofercer um presente de aniversário, natal ou só porque sim deixo aqui uma lista dos essenciais:

- Roupa para homem e mulher sem etiquetas nem costuras interiores,

- Anti-olheiras ao kilo que aqueles minimos da Kiko já não rendem,

- Umas horinhas de serviço de babysitting.

Agora vou dormir que já está a contar.

Bons sonhos!

A mãe.

 

"Não a mimes muito senão habitua-se mal"

Vamos lá ver se nos entendemos com a história do mimar uma criança recém nascida num post curto mas valente.


Ora bem, então uma pessoa tem um bebé que quando nasce cabe praticamente numa mão e é suposto "não mimar muito porque senão habitua-se mal".

 

Vamos por partes!

 

Primeira parte ... o que pergunto é: mas o que significa mimar?
- Não lhe devo pegar ao colo quando ele chora? Devo deixar a chorar até que ele, que tem uma consciência dele próprio e uma capacidade de se acalmar enorme, ganhe juízo e pare de chorar?
- Também não lhe devo por a chucha se cair durante a noite? Devo ensinar um ser que se assusta com os próprios espirros a por a sua própria chucha. Faz-te um homem pá!
- Devo adormece-lo com barulho e no meio da confusão! Porque faz todo o sentido para mim deixar uma criaturinha, que acabou de sair de uma barriga e os únicos sons que conhece são os barulhos estranhos do estômago da mãe com fome, no meio do povo todo a tentar dormir uma sesta descansada. "Ah mas depois não se vai habituar!" - agora a sério - não se vai habituar a quê? A dormir no meio de um festival de música e de um jantar de natal da empresa? Cá em casa dorme-se no silêncio e no escuro, seja bebé ou pai (sim porque a mãe tem sempre que levar com o ressonar do pai).

 

Outra coisa sobre a qual gostava de refletir é a segunda parte de frase: "depois habitua-se mal".
Aqui tento imaginar a minha filha com 20 anos a pedir que a adormeçam ao colo ou que lhe ponham a chucha ou que liguem um rádio porque não consegue dormir sem barulho. Não tive o prazer de ter nenhuma amiga nestes preparos, portanto tento ter empatia e por-me no lugar da pessoa que faz este comentário. Não consigo...

 

Mas se não é suposto mimarmos os nossos filhos (especialmente quando são bebés bem cheirosos, com peles macias e ainda não são adolescente a cheirar a hormonas, cheios de borbulhas e outras coisas feiosas) então é suposto fazermos o quê com eles?

Agora queres ver que anda meio mundo enganado e o suposto é arranjarmos daqueles berços que abanam e cantam músicas de embalar sozinhos, atiramos o puto lá para dentro, arranjamos umas chuchas que se prendem à língua e pronto vamos à nossa vidinha?
Será esta a solução de toda a boa gente que diz "olha tu não o mimes muito que senão estas tramada!"?

 

A mãe (tramada).

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Para ti, mãe de primeira viagem.

Para ti, mãe de primeira viagem:

 

Não te preocupes, tudo passa e tu és capaz.

 

Vais sentir que não és capaz de cuidar de um ser tão pequenino. Não te preocupes, tudo passa e tu és capaz.

Vais sentir que os dias são muito longos mas ao mesmo tempo muito curtos. Não te preocupes, tudo passa e tu és capaz.

Vais sentir que estás sozinha grande parte do dia, mesmo que estejas sempre acompanhada. Não te preocupes, tudo passa e tu és capaz.

Vais sentir que não consegues ter outra noite a acordar hora em hora. Não te preocupes, tudo passa e tu és capaz.

Vais sentir que o teu peito vai rebentar e que mais pareces uma vaquita do que uma mulher. Não te preocupes, tudo passa e tu és capaz.

Vais sentir que se não fizeres as escolhas corretas o teu bebé vai sofrer. Não te preocupes, tudo passa e tu és capaz.

Vais sentir uma vontade enorme de fazeres as tuas malinhas e fugir um ou dois dias. Não te preocupes, tudo passa e tu és capaz.

Vais sentir-te insegura, muito insegura. Não te preocupes, tudo passa e tu és capaz.

Vais sentir que o bebé da vizinha come melhor, dorme melhor, faz cocó melhor do que o teu. Não te preocupes, tudo passa e tu és capaz.

Vais sentir fome porque te esqueces de comer, sono porque te esqueces de dormir. Não te preocupes, tudo passa e tu és capaz.

Vais sentir que se calhar não era nada disto que querias. Não era nada disto que estavas à espera. Não te preocupes, tudo passa e tu és capaz.

Vais sentir-te gorda, flácida e sem graça. Não te preocupes, tudo passa e tu és capaz.

Vais sentir que tens de escolher entre pôr amaciador ou lavar os dentes. Não te preocupes, tudo passa e tu és capaz.

Vais sentir que estás a perder todas as jantaradas até às tantas e todas as festas fixes. Não te preocupes, tudo passa e tu és capaz.

Vais sentir que a vida te está a passar ao lado e que o pijama às vezes fica de manhã para a noite. Não te preocupes, tudo passa e tu és capaz.

Vais sentir que toda a gente tem uma opiniãozinha sobre a forma como educas o teu filho. Não te preocupes, tudo passa e tu és capaz.

Vais sentir que o tema para o qual tens mais conversa é o cocó de bebé. O Trump? Quem é esse? Não te preocupes, tudo passa e tu és capaz.

Vais sentir que demoras dois dias a ver um episódio de uma série. Não te preocupes, tudo passa e tu és capaz.

Vais sentir que já não consegues mais ouvir chorar hoje. Não te preocupes, tudo passa e tu és capaz.

Vais sentir que não és capaz. Que nada passa. Não te preocupes, tudo passa e tu és capaz.

Vais sentir .... amor, amor muito amor. E isto sim, nunca mais vai passar.

Tu és capaz.

 

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Mãe.

 

 

Uma ode ao Pai.

Para adicionar aos 9 da gravidez já lá vão 3 meses de bebé o que completa 1 aninho nisto.

Não vos vou maçar com uma listagem infidável de todas as coisas que mudaram neste último ano.
Todos sabem que quase tudo muda.
Umas coisas tenho muitas saudades, outras nem tanto, umas coisas são muito melhores agora, outras nem tanto.
Um coisa é certa esta miúda mudou as nossas vidas e desde que vi aquele tracinho positivo no teste de gravidez que nasceu em mim um amor mais que incondicional. Um amor sem fim.
 
Não, não vos vou maçar com isto.
Este post não é um queixume, uma sátira ou uma crítica. Este post não é para rir, nem para chorar.
Este post é um agradecimento ao pai da minha filha.
 
Vamos a isso!
 
Querido pai-maridão,
 
Obrigada pelo abraço quando o teste de gravidez deu positivo. Obrigada por todos os abraços desde então.
 
Obrigada pela paciência quando o meu cérebro estava um bocadito mais lento durante os 9 meses de gravidez. Um bocadito, era só um bocadito não te estiques.
 
Obrigada por tomares conta de mim quando tinha as minhas maleitas de grávida. Quando tive dores, quando estava cansada, quando estava incomodada e, já no fim fim, algo farta.
 
Obrigada por teres aturado o meu outro lado - a hormona. Mesmo quando chorava compusivamente a insistir que "mais vale não sermos felizes para nunca sofrermos". Está agredecido publicamente portanto chega de me lembrares desta infeliz observação, ok?
 
Obrigada por me teres trazido flores sempre que desconfiavas que era mesmo o que eu estava a precisar. Keep on doing it!
 
Obrigada por dizeres que eu estava impecável mesmo com mais 17 kilos em cima. O amor é mesmo cego, caramba!
 
Obrigada por transportares uma casa às costas enquanto nos mudávamos em pleno agosto, com 40 graus à sombra e eu com um barrigão equiparado ao do senhor do Preço Certo.
 
Obrigada por me fazeres massagens todos os dias sem refilares muito. Já pedi ao universo para te compensar, juro.
 
Obrigada, obrigada .................. E depois, assim de repente, um aperto, outro aperto, outro aperto... oh meu deus 1 aperto em cada 6 minutos. São contrações! A diana vai nascer!
 
Obrigada (e este agora é mesmo cá do fundo!) por me teres segurado a mão durante as primeiras 10 horas de trabalho de parto sem epidural. Desculpa (e este também é cá do fundo!) por te ter quase partido os dedos de tanta força que fiz.
 
Obrigada por teres estado lá nesse dia, assim, tão presente. Obrigada pelas lágrimas de amor quando a Diana deu o grito para a vida. Foi do caraças han?
 
Obrigada pelos primeiros dias. Mais precisamente pelos primeiros 15 dias. Foram tão duros e tu foste tão meigo. Cuidaste de nós como se fossemos o maior tesouro do mundo. Eu senti e ela também.
 
Obrigada por fazeres de tudo para chegares a casa sempre a tempo de lhe dar banho. Um dia vou-lhe contar. Prometo.
 
Obrigada por alinhares nas minhas missões noturnas e cortares-lhe as unhas às 4 da manhã. Probrezinha estava mesmo a precisar
 
Obrigada por conseguires escolher roupa a condizer para a nossa filha e não a vestires com 7 tons de azul diferentes. Estás um homem mudado.
 
Obrigada por, passado 3 meses, já por vezes seres tu a lembrar-te de lhe pôr a água de colónia.
 
Obrigada por tantas outras coisas que te agradeço todos os dias.
 
Obrigada por cuidares de mim e por cuidares dela. Prometo que lhe vou contar.
 
Obrigada por seres o pai da minha filha.
 

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A mãe.

Se queres ter uma morte lenta e dolorosa faz uma destas observações

Há dias li um artigo muito interessante no Facebook às 6h da manhã enquanto alimentava uma criança que mais parecia um alarme em que o botão de Snooze deixou de funcionar.
O artigo chamou-me a atenção pelo título que tinha "quando uma mãe se torna uma assassina". Foi aqui que se fez o clique e antes sequer de fazer o clique para abrir já choviam ideias e ideias para uma publicação minha.
O artigo referia as 10 perguntas que são absurdas de perguntar a uma recém mãe. Eu diria mais que às vezes o problema nem são as perguntas mas sim as observações. Algumas estavam na muche mas havia ainda umas por mencionar portanto este post tinha mesmo que sair.
Aproveitei uma insónia para lhe dar vida! [sim, eu às vezes durante a noite tenho insónias não acho normal com tanto sono que tenho].

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1. Quando perguntam "Então o que tens feito nestes dias?".
Hilariante ou não?
Apetece mesmo responder "Olha tenho aproveitado a licença de maternidade para pôr o sono em dia, sabes que dormir 9 horas seguidas e acordar todos os dias as 9 da manhã para ir para o trabalho estava a cansar-me muito portanto tenho aproveitado para dormir. Durante o dia , entre sestas claro está, leio uns livros, vou a museus, faço desporto e vou ao cinema. Ai sim, não há um fim de semana que não vá ao cinemas ver um filme nomeado para os Óscares.

2. E depois há aquelas pessoas clássicas que quando chegas ao pé delas com o bebé a dormir no ovo (finalmente... god save the cars) vão logo num excitex a bater palmas para ao pé da criança e colam a cara na cara da criança e fazem uma pergunta completamente retórica num tom elevado "está a dormir???".
Primeiro apetece logo responder "Não! Ela está só a fechar os olhos para não ver a tua cara feia!".
Segundo é uma sorte se a criança entretanto não acordar porque já se fartou de levar uma chuva de perdigotos em cima e estalinhos com os dedos para ver se abria os olhos e estava a fingir-se de morta.
SIM ELA ESTÁ A DORMIR!
Esta para mim é das piores coisas que me podem fazer - acordar a minha filha é como se me estivessem a espetar mini facas nas costas para eu depois as tirar uma a uma.

3. Quando a funcionária da farmácia pergunta se é menino ou menina e ela está com uma chucha cor de rosa choque e uma manta com borboletas cor de rosa e branca? Tudo bem que quando vier um menino vamos ter de reciclar muita roupa e pode dar-se o caso de vestir um ou outro folho, mas caramba... uma chucha cor de rosa choque acho um bocado extremo, mas okkkkkk.

4. Infelizmente eu não consegui dar de mamar mais do que o primeiro mês de vida da Diana e isso é um assunto que me incomoda bastante e que só me diz respeito a mim e quanto muito ao meu marido que me ouviu chorar e gritar de dores durante dias e dias. Por mais incrível que pareça é um tema que toda a gente parece ter interesse, perguntar por isso e até dar um conselho ou outro. (Uiiiii porque isto quando mete bebés não há ninguém que não tenha um conselhito ou outro escondido na manga para sacar a qualquer altura.)
Passo a contar um caso muito específico. No outro dia fui, a pedido da pediatra, com a minha filha tirar sangue para medir intolerâncias e alergias alimentares ao leite de vaca. O senhor que estava no balcão de atendimento a registar os meus dados pergunta "Mas porque vai fazer este teste? Não dá de mamar?" Ao qual eu respondo muito educadamente e cheia de paciência, porque o que este anormal merecia era que fosse mal educada e o metesse no sítio à partida, "não dou de mamar. o teste está certo é mesmo isso". E ele insiste "Mas o leite de pacote não é de vaca ou é?" E eu respondo "É sim." ao mesmo tempo que esboço um sorriso de final de conversa. E ele não contente continua "Ah é que eu não percebo nada de leites de fórmula sabe... lá em casa não se dá disso [enquanto faz um gesto de desdém com a mão]. O meu filho tem dois anos e ainda mama...e assim será até ele quiser. ".
Pronto aqui é que me matou.
Não consegui ter reacção, apeteceu-me mandar duas ou três piadas sobre o assunto mas achei muito ordinárias portanto fiz o mesmo gesto de desdém com a mão que ele fez e disse "despache lá isso pf porque a minha filha está com fome." Primeiro pergunto-me qual a necessidade de perguntarem se dou de mamar? É que já não é a primeira nem a segunda pessoa que eu não conheço de lado nenhum que me pergunta isso como se fosse do interesse público. A minha vizinha nova com quem eu troquei meia dúzia de palavras na vida no outro dia também me fez a mesma pergunta... fico chocada com isto. Eu não ando aí na rua a perguntar a pessoas desconhecidas (nem tão pouco conhecidas!) se elas já fizeram cocó hoje, quantas vezes têm relações sexuais por semana ou se comem sopa ao jantar. Who cares? A não ser que sejam do instituto nacional de estatística não consigo perceber o interesse.

5. "Ui ela anda sempre ao colo daqui a uns meses vão ver...."
Vamos ver o quê exatamente?
Vamos ver que ela vai continuar a querer andar ao colo?
Obrigada pela pertinente observação, nunca tínhamos pensado nisso.
Se os bebés não fossem para andar junto a nós já nasciam crescidos e independentes como as ovelhas e os cavalos. Nunca vi um teenager a pedir que andem com ele um bocadito ao  colo depois do jantar. Tenham calma que tudo passa.

6. Com toda a convicção do mundo e como se nos tivessem a dar a maior das novidades há quem faça uma surpreendente afirmação.... txantxananaaaaaaaaaaa "os bebés choram!"
Esta para mim é a melhor e hoje em dia já me riu sempre que oiço uma destas.
"No shit, Sherlock!!!!!" Porque sempre achámos que os bebés ladravam. Que pais tão pouco preparados para ter uma criança que não sabiam que os bebés choravam....
Para perceberem o contexto - a Diana chora muito e grita muito com dores porque sofre de cólicas agressivas de manhã à noite. Tem sido muito difícil e é uma das razões principais de não haver mesmo tempo para escrever posts. O pouco tempo que tenho durante o dia em que ela dorme ou não está com dores eu aproveito para descansar e escrever não me apetece nunca.
Mas voltando ao assunto... como é algo que nos incomoda bastante e que tem sido o foco dos nossos dias por vezes comentamos com as pessoas próximas esta situação e desabafamos o quanto ela chora. E muitas vezes recebemos esta resposta incrível que tem exatamente o efeito contrário ao que eu acredito que seja intenção. "Os bebés choram".

E por agora é tudo porque a miúda já está a pedir colo [pensam agora alguns: ela não sabe mesmo no que se está a meter! E não sei mesmo =P]. 

A mãe (muita cansada!).

Conversa de cocó

Até há bem pouco tempo eramos dois seres bastante normais.

Um filme de domingo deixáva-nos felizes, uma mesa cheia de amigos a uma sexta à noite deixáva-nos felizes, trabalhar em oeiras e não apanhar trânsito todos os dias deixáva-nos felizes.

 

Mas depois veio a Diana e o conceito de felicidade mudou. Mudou tanto que quando nos apercebemos o ponto mais alto do nosso dia era ver um cocó. Ficamos felizes ao ver cocó. Cocó de bebé mal cheiroso e com uma palete de cores que varia entre o cinza e o mustarda (sempre na moda esta miúda).

 

E fazemos disso um programa em família todos os dias de manhã e à noite. Há quem veja o telejornal, nós vemos cocó (na realidade dois programas que não diferem muito) e somos felizes assim. E não, não é aquele feliz de quem conseguiu tirar aquela semana de férias que toda a equipa do trabalho queria ... é aquele feliz de quem ganha um sorteio, um campeonato de futebol, o Euromilhões!! (não sabemos o feeling mas acreditamos que se assemelhe) 

 

Isto porquê? Porque a miúda tem prisão de ventre e só faz o chamado "cocó assistido" - com a ajuda do tubo do bebegel. Então, todos os dias pela manhã e pelo final do dia vestimos os nossos fatos de extreminadores, preparamos os utensilios e lá vamos nós para o ritual do cocó que muitas surpresas já nos deu.

 

Mais do que eu, o pai tem algumas histórias de cocó que eu tenho de partilhar convosco porque a verdade é que estas coisas não devem ficar escondidas para nós. 

A última e para mim a melhor de todas foi quando estavamos os dois tranquilões sentados e bem encostados na cama depois de termos dado banho à miuda. Ela tinha comido, arrotado e estava a dormir ferradinha em cima da barriga do pai.

Ela toda calminha e com um cheirinho mesmo bom, o cenário estava muito calmo....

De repente "Parece que estou a sentir húmido aqui na barriga" diz o pai. Pronto. Parou tudo, lá se foram os passarinhos a chilrear, o som das cascatas, o cheiro do incenso e aquela paisagem zen que eu estava a imaginar dentro da minha cabeça ... Afasta-a um bocadinho e o temido aconteceu mesmo. Ela conseguiu a proeza de fazer cocó e xixi, encher a fralda, deitar tudo por fora, ensopar o body e depois o babygrow e finalmente inundar a barriga do pai. Leram bem, inundar, porque o umbigo do pai estava cheio de xixi até cima!

Eu não me contive e rebolei a rir. Ri tanto que até me doeram os abdominais que não tenho.

Ela por outro lado estava com a cara mais zen de sempre como se tivesse entrado naquele mundinho de cascatas e passarinhos a chilrear onde nós estávamos..

O pai, pobre coitado, num misto de riso e nojo pedia-me que lhe chegasse as toalhitas por favor mas eu não me conseguia concentrar. Só conseguia ver o umbigo dele inundado de xixi e tudo o resto que não vou descrever porque quero muito que as minhas amigas tenham bebés.

 

Mas não ficamos por aqui. Uns dias antes estávamos nós no ritual do cocó mas desta vez na sala ... perigoso, muito perigoso. Em cima do sofá. Ultra perigoso. 

Mas estávamos confiantes.

É então que no meio de massagens na barriga e pressões de joelhos na barriga um esguicho de cocó sai em modo bisnaga com uma consistência liquída o suficiente para voar mas pastosa o suficiente para sair tipo bala.

Mais uma vez, o pai, o protagonista destes episódios de cocó, só não levou com um jato na cara porque desviou-se mesmo em modo ninja e foi mais rápido do que a própria sombra. O esguicho saiu disparado para a cara dele e ele desvia-se para o lado, passa (e mancha ligeiramente) o sofá, e acaba nas suas calças. Não perguntem como foi humanamente possível mas aconteceu. As calças ficaram com cocó de cima a baixo e eu vi tudo em câmera lenta. Foi TOP!

E  o pai, amoroso e super babado, dá-lhe beijinhos no final e diz que gosta muito dela mesmo quando leva com as suas porcarias em cima.

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Agradeço à miúda este momentos em que choro a rir, rebolo no chão de tanto rir, ao vê-la dominar completamente o pai. E ainda tem ... 1 mês. 

Muahahahahahahah

A mãe.

O pós-parto.

E passaram os primeiros dias de vida da Diana...parece que foi ontem e parece que foi desde sempre!

 

Não sabia bem por onde começar este post mas sabia que o tinha que começar... até agora este blog foi focado na gravidez e em todos os seus derivados. Nessa época grandiosa (em todos os sentidos) da mulher (e do homem, claro!).

Mas agora acabou.

Agora começou um novo capitulo e eu confesso que ainda estou meia apardalada com tudo isto. Escrevi, apaguei, escrevi apaguei...este post levou algum tempo a começar. Está tal e qual os meus dias, levam algum tempo a começar.

 

Neste primeiros dias as minhas capacidades motoras estavam muito muito reduzidas o que me impediu de participar nos primeiros eventos da minha filha - não consegui mudar-lhe as primeiras fraldas, não consegui ir ao primeiro banho, não consegui fazer-lhe a primeira massagem para os gases... parecem coisas pequeninas e dizem vocês "Ah, vais ter muito tempo para limpar cócós". É verdade. Mas para um pessoa que teve 9 meses à espera desta criatura e mais 20 horas em trabalho de parto, acreditem, tudo o quer é poder participar na vida dela. E a vida dela são cocós e gases!

Foi aqui que senti alguma impotência e entreguei a miúda completamente aos cuidados do pai (estava na altura dele ser ativo no processo.. e tão bem que ele se saiu, que orgulho!). 

E este sentimento de "quero fazer coisas mas estou presa a uma cama com 7 pontos e uma valente anemia" deitou-me um bocadito a baixo nos primeiros dias. Não sei se sou só eu, mas este sentimento é algo que não se aprende nos curso de pré parto e que em geral ninguém partilha...

 

Mas se os dias na maternidade são difíceis, o chegar a casa e não ter o botãozinho vermelho para puxar e saltarem enfermeiras como cogumelos é assustador. Havia um mixed feelings relativamente ao chegar a casa.. por um lado a ideia de fazer ninho era excelente, por outro a sensação de responsabilidade era avassaladora.

 

Avassaladora. Esta é para mim a palavra certa para descrever os primeiros dias pós-parto. 

 

Avassalador é este bebé ser completamente dependente de nós. Avassalador é saber que a maior parte das vezes tenho que confiar no meu instinto. Avassalador é pensar que o que faço com ela hoje terá impacto no amanhã. Avassalador é um bebé a chorar há 2 horas e não saber o que tem nem como aliviá-lo. Avassalador é ter as maminhas em sangue e mesmo assim querer continuar a dar de mamar. Avassalador é quando o pai tem de voltar ao trabalho. Avassalador é o sono que tenho (tenho tanto sono!). Avassalador é não conseguir tomar banho sem ter mais alguém em casa. Avassalador é lembrar-me de jantar à meia noite e meia. 

Avassalador é este amor por esta bebé. É infinito, é inexplicável.

 

E devagar, muito devagar, as feridas do parto ficam curadas, as rotinas criam-se e o que era avassalador passa a fazer parte e por isso passa a ser um desafio. Devagar, muito devagar, volto a respirar um bocadinho fora da bolha. Devagar, muito devagar o caos passa a ser a vida, o dia a dia. 

E o dia a dia é mágico. =)

A mãe.

 

 

A data de chegada.

Continuamos à espera e como nós está toda a gente... família mais próxima, família mais afastada, melhores amigos, amigos da escola, da faculdade, do trabalho e de outros tempos ... conhecidos com quem em tempos já trocámos umas palavras sobre um tema específico e pairam agora pelas nossas redes sociais como se fossem fantasmas (muito queridos tipo o Casper) que de vez em quando aparecem sob a forma de like ou comentário.

 

Resumidamente, está tudo à espera que a miúda venha cá para fora e ela teima em não sair!!

 

É muito engraçado porque nota-se uma grande vontade que ela nasça "Bora lá Di!; Despacha-te Miúda!; Vamos a isso!; Está quase, força!". Esta é uma sensação óptima, sentir que não somos só nós que estamos com vontade que ela venha conhecer o mundo. Temos a sorte de ter dos amigos mais selvagens aos mais emocionais e todos reagem de alguma forma carinhosa e uma pessoa sente-se preenchida com este amor que ninguém tem vergonha de exprimir porque se trata de um bebé.

 

É também neste momento que algumas das vontades pessoais vêm ao de cima e misturam-se rapidamente com o desejo de a ver. Então de uma forma muito carinhosa passam uma mão pela barriga e dizem-nos a nós ou directamente à Diana coisas que nos fazem rir à gargalhada!

 

"Na próxima semana não dá Diana, na próxima semana vou pintar a casa e remodelar a sala."

"Já agora aguenta-te mais um bocadinho que eu estou com uma gastrite e o miúdo está com febre."

"Tenho exame segunda, quarta e sexta. Bom bom era nasceres na próxima terça."

"Vamos para Londres na terça e só voltamos para a semana, aguenta-te até lá."

"Agora vou para a fisioterapia, às 18h00 podes nascer!"

 

 

E isto é muito confuso para uma criança, por isso já temos um google calendar para ver se conseguimos organizar o dia e a hora. Arranjámos uma comunicação simples de um pontapé para SIM, dois para NÃO e três para "INTERVALO PARA O CHOCOLATE" para combinarmos com a Diana e conseguirmos fazer a vontade a toda a gente. Até agora a negociação corre nos trinques e, ou bem que entendemos mal os pontapés, ou ela está a ser bem levada.

 

A mãe e o pai.

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