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Vamos lá ter um bebé!

Achavam que iam encontrar resposta para os dramas da maternidade? Não! Este blog conta a experiência de 2 pais inexperientes que ainda estão aprender a diferença entre body e babygrow. Prometemos doses de riso e muito amor!

Vamos lá falar de um bebé com refluxo.

Ando há dias, meses, para escrever sobe esta aventura que está a ser esta minha 2ª filha, diagnosticada com refluxo acentuado quando tinha 2 meses.

Acho que está na altura de partilhar com outros pais a nossa experiência - mesmo que sem qualquer solução...apenas com o intuito de dizer "hey, não são os únicos!" - algo que por mais estupido que seja, acaba por ser reconfortante.

 

Desde que tem 10 dias que a minha filha chora compulsivamente sem razão aparente.

No início, achámos que fossem cólicas porque tinha muita dificuldade em fazer cocó, mas com o passar dos dias percebemos que de outra coisa qualquer se tratava. Comia, arrotava e ficava a berrar até voltar a comer - e isto é loop durante dia e noite.

Todos sabemos que um bebé a seguir a comer fica mole, tranquilo, satisfeito.. a não ser que, como indicou na altura a pediatra, ela não tivesse a ser alimentada suficientemente.

Vai de lhe enfiar um biberão pela goela a seguir a mamar para ver se a miúda se acalmava. O meu leite, aparentemente, não era suficiente e isso deixava-a doida de fome. 

 

Mentira.

 

Por mais biberões que lhe dessemos ela ficava sempre aos gritos, completamente perdida... ela e nós.

 

Passavam os dias, e eu já sem leite porque estava claramente a apostar as minhas fichas no biberão, a miuda começou a ser alimentada exclusivamente a leite de lata. E, com cerca de 1 mês, começa a vomitar em jato o leite todo após a refeição. Uma, duas, três vezes ao dia. Berros de meia noite. Um bebé infeliz. Uns pais perdidos. Uma irmã mais velha estoirada.

 

Não vou entrar em pormenores de como chegámos à conclusão do refluxo, mas fizemos várias ecografias, vários exames médicos, várias análises, ela chegou a ficar internada a soro, e nada. Ninguém via nada, ninguém disgnosticava nada. Acabavam sempre a mandar-nos para casa com palmadinhas nas costas e palavras e força para continuar.

Ora nem as palmadinhas nem as palavras ajudam. E mandarem um bebé que está constantemente a vomitar para casa é um CRIME, Senhores Médicos deste Portugal. 

 

Mas nós, pais com uma intuição fora do normal, não páramos enquanto não descobrimos o que se passava com ela. Fomos a uma médica de gastro pediátrica, Dr. Piedade Sande Lemos, que supostamente é incrivel e não há nada como um médico INCRÍVEL.

Em apenas 30 segundos de conversa, onde descrevi vários comportamento que eu achava "estranhos" na miúda, ela fez o diagnóstico e recomendou-me uma médica específica da CUF Cascais onde deveria ir fazer a ecografia - já lá tinha estado há uns dias nas urgências a fazer a mesma ecografia mas com uma médica diferente que me mandou a criança para casa porque não via nada..

E assim foi, uma ecografia BEM FEITA que demonstrou vários episódios de refluxo e uma criança que tinha de ser imediatamente medicada pois não estava a engordar há quase duas semanas. 

A medicação, não acaba com os vomitares/bolsares, diminui apenas o mau estar do bebé. É como um "Prazol" da vida, regula os ácidos do estômago e faz com que a miúda não sofra tanto quando o leite vem para cima. 

 

Sintomas de Refluxo:

  • Irratibilidade ao longo de todo o dia e noite
  • Choro compulsivo depois das refeições e quando posta na horizontal
  • Muitos arrotos
  • Soluços constantes
  • Tosse (como se tivesse sempre qualquer coisa na garganta a incomodar)
  • Vómitos e bolsares exagerados
  • Desinteresse pelas refeições

 

Supostamente, e segunda a médica, a válvula que separa o estômago do esófago não trabalha bem e só com 1 ano de idade, se nada mudar, é que se vai perceber se era apenas imaturidade do sistema ou se é alguma anomalia genética mais chata.

Até lá, os conselhos que posso dar a quem esteja a passar pela mesma situação, e que surgem desta experiência de quase 5 meses disto são:

 

  • Cabeceira da cama levantada o mais possível
  • Mudar a fralda antes das refeições
  • Arrotar sempre depois das refeições 
  • Ficar com o bebé direito ao colo durante uns bons minutos depois de comer
  • Não abanar muito a criança, evitar andar com o carrinho na bela da calçada portuguesa
  • Babywearing é uma boa compra
  • Sessões de osteopatia para relaxar os músculos do estômago que estão em constante esforço e tensão [Osteopraxis]
  • Muita cafeína e ajuda de avós porque as noites são um verdadeiro pesadelo

 

Tudo isto ajuda a atenuar, mas confesso que nada disto acaba com o refluxo. Aqui por casa cada dia é um dia, há dias melhores em que dormimos 3 horas seguidas, outros tão maus que não chegamos a pregar olho uma única hora durante a noite. 

 

Têm sido meses de cansaço extremo, privação de sono, frustação e muitas lágrimas. Só resta acreditar que tudo vai passar e que, talvez, só talvez, hoje a noite seja melhor.

 

A mãe, exausta.

 

Quando percebi o Dia da Mulher.

Sempre achei o dia da mulher um contra-senso. Não fazia sentido haver um dia para as mulheres se todos os dias já eram delas. Delas e deles. Haviam lutado pela igualdade e haviam conseguido. Porquê haver um dia para o sexo feminino se o que tínhamos conseguido era que todos os dias fossem de todos os sexos?

Nao me julguem. Era inconsciente do mundo e da sociedade.

Depois de ter a minha filha encarei a tal sociedade que em tempos eu achava consciente e evoluída e foi como um chapadão da realidade (e a realidade tem uma mão cheia de aneis nos dedos).
Tao grande foi o chapadão que só hoje, passado quase 1 ano, consigo partilhar a minha história sem dó nem piedade.
(Dizem que com a idade vamos perdendo os filtros - precoce, eu sei! - e para além disso eu sempre tive uma veia meia inconveniente portanto já estou a entrar numa fase que não quero nem saber.)

Vivemos num mundo em que desde que nascemos somos bombardeados com mensagens da sociedade que nos dizem o quão importante é ter um marido, filhos, uma família (em forma de filmes, de livros, de professores, de família, de estado, etc).


São uns falsos. Andam a enganar-nos. Não se deixem levar!


O mundo está feito para o foco ser na produção, trabalharmos mais, querermos mais, comprarmos mais ... e, no fim, termos menos tempo para as usufruir.
Eu sempre soube disto. Aliás, eu sempre ouvi falar disto. E acreditei nisto.
Mas, nunca tinha sentido verdadeiramente isto na pele.

A minha história foi assim: pouco tempo antes de sair para a minha licença de maternidade tinha pedido um aumento de ordenado por motivos que eu acreditava fazer sentido, e eles naquela altura concordaram.
Foi-me dito que quando voltasse de maternidade que se falaria no assunto porque efetivamente o pedido era pertinente e fazia sentido ser considerado.
Infelizmente por questões médicas tive de meter baixa 2 meses antes da licença de maternidade.

Depois lá passei por todas as experiências que uma mãe de primeira instância passa nos primeiros meses de vida de um bébe e que eu acho que só acrescenta valor ao carácter de uma mulher.
Lá voltei passado os 7 meses (2 de baixa mais 5 de licença) com a energia típica de mulher, mãe de um recém nascido, trabalhadora e com a garra e a vontade de fazer mais e melhor porque estava a passar dos momentos mais felizes e fortes da minha vida. Acabava de ter um bébe e quer dizer se isto não é uma vitória moralizante na vida de uma mulher, o que é que é?
Foi passado um ou dois meses, quando tive de puxar o assunto do tal aumento já discutido anteriormente e que teve concordância, que me caiu a grande ficha.
Eu não acreditei quando uma mulher da chefia me calou completamente com esta resposta compreendida por estas palavras seguidas umas das outras:
"Não te podemos aumentar agora porque não sabemos se és a mesma pessoa que eras quando saíste daqui há cerca de 7 meses para seres mãe, podes não estar igual."
Uma mulher  que poderia/deveria ter uma maior empatia pela minha situação em pleno século XXI responde-me isto.

A verdade é que de facto as mulheres ainda são descriminadas por serem mulheres.
Obrigam uma mãe a por um bébe na escola ao fim de 5 meses, consideram que uma mulher depois de ser mãe tem menos valor e que embora tenha uma familia maior e mais custos, não merece ser aumentada, e ainda quando pedi para que me permitissem entrar mais cedo para conseguir sair mais cedo para estar mais tempo com a minha filha, me disseram que isso era impossivel e que podia entrar mais cedo mas teria sempre de sair às 19:00.

Um mês depois desta conversa estava a despedir-me. Um segundo depois desta conversa estava a dar valor ao Dia da Mulher.

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Este dia existe porque, ao contrário do eu acreditava, ainda não conseguimos que todos os dias fossem de todos os sexos.

O Dia da Mulher ainda tem de existir para nos relembrar que esta luta ainda está viva e que nós não vamos baixar os braços até ao dia em que o Dia da Mulher seja, efetivamente, todos os dias.

A mãe.

 

Levar a casa às costas

Sempre fui menina para estar perto de uma horinha a fazer uma mala para ir de férias. Lembro-me do meu pai e da minha mãe me perguntarem, com o ar mais irónico de sempre enquanto carregavam as malas de chumbo para o carro, se eu por acaso não me tinha esquecido de levar a torradeira porque podia fazer falta.

A verdade é que nunca me poupei nas coisas que levava, sempre fui gozada por isso mas o certo é que não havia nada que faltasse. E eles lá alinhavam nas minhas loucuras e acartavam aquilo tudo sem refilar tentando que a ironia fizesse algum efeito em mim, mas não. Acho que quanto mais crescia mais coisas levava.. afinal nunca se sabe se umas torradinhas vão fazer falta.

 

Os anos passaram e.....

 

Com um filho, como devem calcular, isto tornou-se uma doença e hoje tive 4 horas, e não estou mesmo a brincar, para preparar umas férias de 5 dias no Algarve. Entre fazer comida para 5 dias para uma pequena alarve que come por 3 adultos, uma mala com 2 mudas de roupa por dia mais a possibilidade de estar frio e a possibilidade de estar calor, um saco com os brinquedos preferidos e os não preferidos porque cada dia prefere um diferente, um necessaire com o necessário para sobreviver a um febrão repentino, tosse, constipação e picadas de mosquitos entre todas as outras coisas básicas que ela precisa para manter o status "cheirinho a bebé"..

Entre isto tudo, e muito mais que não vos cansar, nos últimos 15 minutos destas 4 horas, atirei para uma mala daquelas pequenitas de voar na easyjet, a meias com O Pai, uns vestidos e uns bikinis e fiquei feliz por ter um espacinho no carro para as minhas coisas.

Entrei no carro e pensei... coitados dos meus pais! =P

A mãe.

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A tortura do sono.

Antes de ser mãe achava que a privação de sono era um tipo de tortura que só existia lá para os séculos medievais onde não havia direitos humanos nem civismo. Engano, mas que grande engano.

A privação do sono é, sim, uma tortura muito presente e não é feita por mauzões grandes e com força para nos torturar até à morte. É feita por serezinhos mínimos, com a rapidez de uma tartaruga e com força apenas para arrancar cabelos.

É contínua no tempo e nunca acaba, nem mesmo quando dormem benzito numa noite. Porque acordam invariávelmente às 7 da manhã, seja feriado nacional ou um dia normal de trabalho.

 

Sim, porque quando vais para o trabalho depois de uma maratona de noites más estão reunidas as condições perfeitas para homícidios qualificadíssimos!

Porque chegas de manhã e alguém diz: "Aiiii amigaaaa ontem tive uma insónia e só dormi 8 horas. Estou tão cansada! [boceja]" e fazes um esforço para não adormecer e deixar a cara cair para dentro do segundo balde de café matinal e dizes com uma pena puxada a ferros: "Coitada de ti, amiga.". Isto enquanto cortas um bocadinho o pulso direito.

 

Para além dos pulsos, também há aquelas facadas que vais levando nas costas cada vez que falas com uma mãe cujo filho dorme lindamente, noites todas, sempre, desde que nasceu, não chora e é um santo. É um misto de "que bom!" com "que cabra!". 

Mas a verdade é que ninguém sabe o que isto é até passar realmente por isso, coitadinhas....

 

Quando expões este teu problema a alguém, porque realmente é uma coisa que está a afetar a tua saniedade mental e não sabes como estás de pé quanto mais a expôr alguma coisa, e recebes conselhos completamente díspares como: "deixa-a chorar que ela aprende" e "não a deixes chorar isso é coisa da época medieval, deixa-a dormir na tua cama". 

 

E nós vamos fazendo um bocadinho disto e um bocadinho daquilo a tentar que a monstrinha do sono ganhe cabedal para acordar a meio da noite e não precisar que um de nós lá esteja para a adormecer. 

Tem estado melhor, aliás só porque está melhor é que estou às dez da noite cheia de energia para escrever este post. Mas como dá azar falar, não falemos sobre o quão melhor ela está. 

 

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Falemos de uma noite típica cá de casa.

Como não há cá desigualdade de género e não vivemos na tal época medieval a regra é estarmos de alerta noite sim, noite não.

Noite sim: estás quase a entrar no sono profundo, mas ainda a tentar desligar do dia e de todas as mil coisas que fizeste, estás quase quase a adormecer, mesmo quase e .... e ouves um uuuuééééé... esperas um/dois minutos........ O uuuuééé parou, porreiro voltas à estaca zero de tentar desligar do dia....

ou

O uuuuééé não parou, levantas-te se, vais ao quarto dela, metes a chucha, dás o peluche de dormir para ela não se agarrar logo à tua mão e não largar nunca mais e vais em pézinhos de lã, fazendo as maiores figurinhas do mundo para não fazer barulho até à cama e tentas novamente desligar do dia. Agora é isto em loop até ser de dia e ser "aceitável" levantar de vez.

 

Um destes repetidos dias em que o uuuuééé não parou, disseram-me com toda a razão do mundo - sabes que alguém está a dar as últimas quando veste a roupa ao contrário e se esquece constantemente de tirar o travão de mão. E isto já me aconteceu mais vezes do que eu esperava portanto quando quiserem ofercer um presente de aniversário, natal ou só porque sim deixo aqui uma lista dos essenciais:

- Roupa para homem e mulher sem etiquetas nem costuras interiores,

- Anti-olheiras ao kilo que aqueles minimos da Kiko já não rendem,

- Umas horinhas de serviço de babysitting.

Agora vou dormir que já está a contar.

Bons sonhos!

A mãe.

 

Se queres ter uma morte lenta e dolorosa faz uma destas observações

Há dias li um artigo muito interessante no Facebook às 6h da manhã enquanto alimentava uma criança que mais parecia um alarme em que o botão de Snooze deixou de funcionar.
O artigo chamou-me a atenção pelo título que tinha "quando uma mãe se torna uma assassina". Foi aqui que se fez o clique e antes sequer de fazer o clique para abrir já choviam ideias e ideias para uma publicação minha.
O artigo referia as 10 perguntas que são absurdas de perguntar a uma recém mãe. Eu diria mais que às vezes o problema nem são as perguntas mas sim as observações. Algumas estavam na muche mas havia ainda umas por mencionar portanto este post tinha mesmo que sair.
Aproveitei uma insónia para lhe dar vida! [sim, eu às vezes durante a noite tenho insónias não acho normal com tanto sono que tenho].

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1. Quando perguntam "Então o que tens feito nestes dias?".
Hilariante ou não?
Apetece mesmo responder "Olha tenho aproveitado a licença de maternidade para pôr o sono em dia, sabes que dormir 9 horas seguidas e acordar todos os dias as 9 da manhã para ir para o trabalho estava a cansar-me muito portanto tenho aproveitado para dormir. Durante o dia , entre sestas claro está, leio uns livros, vou a museus, faço desporto e vou ao cinema. Ai sim, não há um fim de semana que não vá ao cinemas ver um filme nomeado para os Óscares.

2. E depois há aquelas pessoas clássicas que quando chegas ao pé delas com o bebé a dormir no ovo (finalmente... god save the cars) vão logo num excitex a bater palmas para ao pé da criança e colam a cara na cara da criança e fazem uma pergunta completamente retórica num tom elevado "está a dormir???".
Primeiro apetece logo responder "Não! Ela está só a fechar os olhos para não ver a tua cara feia!".
Segundo é uma sorte se a criança entretanto não acordar porque já se fartou de levar uma chuva de perdigotos em cima e estalinhos com os dedos para ver se abria os olhos e estava a fingir-se de morta.
SIM ELA ESTÁ A DORMIR!
Esta para mim é das piores coisas que me podem fazer - acordar a minha filha é como se me estivessem a espetar mini facas nas costas para eu depois as tirar uma a uma.

3. Quando a funcionária da farmácia pergunta se é menino ou menina e ela está com uma chucha cor de rosa choque e uma manta com borboletas cor de rosa e branca? Tudo bem que quando vier um menino vamos ter de reciclar muita roupa e pode dar-se o caso de vestir um ou outro folho, mas caramba... uma chucha cor de rosa choque acho um bocado extremo, mas okkkkkk.

4. Infelizmente eu não consegui dar de mamar mais do que o primeiro mês de vida da Diana e isso é um assunto que me incomoda bastante e que só me diz respeito a mim e quanto muito ao meu marido que me ouviu chorar e gritar de dores durante dias e dias. Por mais incrível que pareça é um tema que toda a gente parece ter interesse, perguntar por isso e até dar um conselho ou outro. (Uiiiii porque isto quando mete bebés não há ninguém que não tenha um conselhito ou outro escondido na manga para sacar a qualquer altura.)
Passo a contar um caso muito específico. No outro dia fui, a pedido da pediatra, com a minha filha tirar sangue para medir intolerâncias e alergias alimentares ao leite de vaca. O senhor que estava no balcão de atendimento a registar os meus dados pergunta "Mas porque vai fazer este teste? Não dá de mamar?" Ao qual eu respondo muito educadamente e cheia de paciência, porque o que este anormal merecia era que fosse mal educada e o metesse no sítio à partida, "não dou de mamar. o teste está certo é mesmo isso". E ele insiste "Mas o leite de pacote não é de vaca ou é?" E eu respondo "É sim." ao mesmo tempo que esboço um sorriso de final de conversa. E ele não contente continua "Ah é que eu não percebo nada de leites de fórmula sabe... lá em casa não se dá disso [enquanto faz um gesto de desdém com a mão]. O meu filho tem dois anos e ainda mama...e assim será até ele quiser. ".
Pronto aqui é que me matou.
Não consegui ter reacção, apeteceu-me mandar duas ou três piadas sobre o assunto mas achei muito ordinárias portanto fiz o mesmo gesto de desdém com a mão que ele fez e disse "despache lá isso pf porque a minha filha está com fome." Primeiro pergunto-me qual a necessidade de perguntarem se dou de mamar? É que já não é a primeira nem a segunda pessoa que eu não conheço de lado nenhum que me pergunta isso como se fosse do interesse público. A minha vizinha nova com quem eu troquei meia dúzia de palavras na vida no outro dia também me fez a mesma pergunta... fico chocada com isto. Eu não ando aí na rua a perguntar a pessoas desconhecidas (nem tão pouco conhecidas!) se elas já fizeram cocó hoje, quantas vezes têm relações sexuais por semana ou se comem sopa ao jantar. Who cares? A não ser que sejam do instituto nacional de estatística não consigo perceber o interesse.

5. "Ui ela anda sempre ao colo daqui a uns meses vão ver...."
Vamos ver o quê exatamente?
Vamos ver que ela vai continuar a querer andar ao colo?
Obrigada pela pertinente observação, nunca tínhamos pensado nisso.
Se os bebés não fossem para andar junto a nós já nasciam crescidos e independentes como as ovelhas e os cavalos. Nunca vi um teenager a pedir que andem com ele um bocadito ao  colo depois do jantar. Tenham calma que tudo passa.

6. Com toda a convicção do mundo e como se nos tivessem a dar a maior das novidades há quem faça uma surpreendente afirmação.... txantxananaaaaaaaaaaa "os bebés choram!"
Esta para mim é a melhor e hoje em dia já me riu sempre que oiço uma destas.
"No shit, Sherlock!!!!!" Porque sempre achámos que os bebés ladravam. Que pais tão pouco preparados para ter uma criança que não sabiam que os bebés choravam....
Para perceberem o contexto - a Diana chora muito e grita muito com dores porque sofre de cólicas agressivas de manhã à noite. Tem sido muito difícil e é uma das razões principais de não haver mesmo tempo para escrever posts. O pouco tempo que tenho durante o dia em que ela dorme ou não está com dores eu aproveito para descansar e escrever não me apetece nunca.
Mas voltando ao assunto... como é algo que nos incomoda bastante e que tem sido o foco dos nossos dias por vezes comentamos com as pessoas próximas esta situação e desabafamos o quanto ela chora. E muitas vezes recebemos esta resposta incrível que tem exatamente o efeito contrário ao que eu acredito que seja intenção. "Os bebés choram".

E por agora é tudo porque a miúda já está a pedir colo [pensam agora alguns: ela não sabe mesmo no que se está a meter! E não sei mesmo =P]. 

A mãe (muita cansada!).

Conversa de cocó

Até há bem pouco tempo eramos dois seres bastante normais.

Um filme de domingo deixáva-nos felizes, uma mesa cheia de amigos a uma sexta à noite deixáva-nos felizes, trabalhar em oeiras e não apanhar trânsito todos os dias deixáva-nos felizes.

 

Mas depois veio a Diana e o conceito de felicidade mudou. Mudou tanto que quando nos apercebemos o ponto mais alto do nosso dia era ver um cocó. Ficamos felizes ao ver cocó. Cocó de bebé mal cheiroso e com uma palete de cores que varia entre o cinza e o mustarda (sempre na moda esta miúda).

 

E fazemos disso um programa em família todos os dias de manhã e à noite. Há quem veja o telejornal, nós vemos cocó (na realidade dois programas que não diferem muito) e somos felizes assim. E não, não é aquele feliz de quem conseguiu tirar aquela semana de férias que toda a equipa do trabalho queria ... é aquele feliz de quem ganha um sorteio, um campeonato de futebol, o Euromilhões!! (não sabemos o feeling mas acreditamos que se assemelhe) 

 

Isto porquê? Porque a miúda tem prisão de ventre e só faz o chamado "cocó assistido" - com a ajuda do tubo do bebegel. Então, todos os dias pela manhã e pelo final do dia vestimos os nossos fatos de extreminadores, preparamos os utensilios e lá vamos nós para o ritual do cocó que muitas surpresas já nos deu.

 

Mais do que eu, o pai tem algumas histórias de cocó que eu tenho de partilhar convosco porque a verdade é que estas coisas não devem ficar escondidas para nós. 

A última e para mim a melhor de todas foi quando estavamos os dois tranquilões sentados e bem encostados na cama depois de termos dado banho à miuda. Ela tinha comido, arrotado e estava a dormir ferradinha em cima da barriga do pai.

Ela toda calminha e com um cheirinho mesmo bom, o cenário estava muito calmo....

De repente "Parece que estou a sentir húmido aqui na barriga" diz o pai. Pronto. Parou tudo, lá se foram os passarinhos a chilrear, o som das cascatas, o cheiro do incenso e aquela paisagem zen que eu estava a imaginar dentro da minha cabeça ... Afasta-a um bocadinho e o temido aconteceu mesmo. Ela conseguiu a proeza de fazer cocó e xixi, encher a fralda, deitar tudo por fora, ensopar o body e depois o babygrow e finalmente inundar a barriga do pai. Leram bem, inundar, porque o umbigo do pai estava cheio de xixi até cima!

Eu não me contive e rebolei a rir. Ri tanto que até me doeram os abdominais que não tenho.

Ela por outro lado estava com a cara mais zen de sempre como se tivesse entrado naquele mundinho de cascatas e passarinhos a chilrear onde nós estávamos..

O pai, pobre coitado, num misto de riso e nojo pedia-me que lhe chegasse as toalhitas por favor mas eu não me conseguia concentrar. Só conseguia ver o umbigo dele inundado de xixi e tudo o resto que não vou descrever porque quero muito que as minhas amigas tenham bebés.

 

Mas não ficamos por aqui. Uns dias antes estávamos nós no ritual do cocó mas desta vez na sala ... perigoso, muito perigoso. Em cima do sofá. Ultra perigoso. 

Mas estávamos confiantes.

É então que no meio de massagens na barriga e pressões de joelhos na barriga um esguicho de cocó sai em modo bisnaga com uma consistência liquída o suficiente para voar mas pastosa o suficiente para sair tipo bala.

Mais uma vez, o pai, o protagonista destes episódios de cocó, só não levou com um jato na cara porque desviou-se mesmo em modo ninja e foi mais rápido do que a própria sombra. O esguicho saiu disparado para a cara dele e ele desvia-se para o lado, passa (e mancha ligeiramente) o sofá, e acaba nas suas calças. Não perguntem como foi humanamente possível mas aconteceu. As calças ficaram com cocó de cima a baixo e eu vi tudo em câmera lenta. Foi TOP!

E  o pai, amoroso e super babado, dá-lhe beijinhos no final e diz que gosta muito dela mesmo quando leva com as suas porcarias em cima.

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Agradeço à miúda este momentos em que choro a rir, rebolo no chão de tanto rir, ao vê-la dominar completamente o pai. E ainda tem ... 1 mês. 

Muahahahahahahah

A mãe.

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