O pós-parto.
E passaram os primeiros dias de vida da Diana...parece que foi ontem e parece que foi desde sempre!
Não sabia bem por onde começar este post mas sabia que o tinha que começar... até agora este blog foi focado na gravidez e em todos os seus derivados. Nessa época grandiosa (em todos os sentidos) da mulher (e do homem, claro!).
Mas agora acabou.
Agora começou um novo capitulo e eu confesso que ainda estou meia apardalada com tudo isto. Escrevi, apaguei, escrevi apaguei...este post levou algum tempo a começar. Está tal e qual os meus dias, levam algum tempo a começar.
Neste primeiros dias as minhas capacidades motoras estavam muito muito reduzidas o que me impediu de participar nos primeiros eventos da minha filha - não consegui mudar-lhe as primeiras fraldas, não consegui ir ao primeiro banho, não consegui fazer-lhe a primeira massagem para os gases... parecem coisas pequeninas e dizem vocês "Ah, vais ter muito tempo para limpar cócós". É verdade. Mas para um pessoa que teve 9 meses à espera desta criatura e mais 20 horas em trabalho de parto, acreditem, tudo o quer é poder participar na vida dela. E a vida dela são cocós e gases!
Foi aqui que senti alguma impotência e entreguei a miúda completamente aos cuidados do pai (estava na altura dele ser ativo no processo.. e tão bem que ele se saiu, que orgulho!).
E este sentimento de "quero fazer coisas mas estou presa a uma cama com 7 pontos e uma valente anemia" deitou-me um bocadito a baixo nos primeiros dias. Não sei se sou só eu, mas este sentimento é algo que não se aprende nos curso de pré parto e que em geral ninguém partilha...
Mas se os dias na maternidade são difíceis, o chegar a casa e não ter o botãozinho vermelho para puxar e saltarem enfermeiras como cogumelos é assustador. Havia um mixed feelings relativamente ao chegar a casa.. por um lado a ideia de fazer ninho era excelente, por outro a sensação de responsabilidade era avassaladora.
Avassaladora. Esta é para mim a palavra certa para descrever os primeiros dias pós-parto.
Avassalador é este bebé ser completamente dependente de nós. Avassalador é saber que a maior parte das vezes tenho que confiar no meu instinto. Avassalador é pensar que o que faço com ela hoje terá impacto no amanhã. Avassalador é um bebé a chorar há 2 horas e não saber o que tem nem como aliviá-lo. Avassalador é ter as maminhas em sangue e mesmo assim querer continuar a dar de mamar. Avassalador é quando o pai tem de voltar ao trabalho. Avassalador é o sono que tenho (tenho tanto sono!). Avassalador é não conseguir tomar banho sem ter mais alguém em casa. Avassalador é lembrar-me de jantar à meia noite e meia.
Avassalador é este amor por esta bebé. É infinito, é inexplicável.
E devagar, muito devagar, as feridas do parto ficam curadas, as rotinas criam-se e o que era avassalador passa a fazer parte e por isso passa a ser um desafio. Devagar, muito devagar, volto a respirar um bocadinho fora da bolha. Devagar, muito devagar o caos passa a ser a vida, o dia a dia.
E o dia a dia é mágico. =)
A mãe.