Achavam que iam encontrar resposta para os dramas da maternidade?
Não!
Este blog conta a experiência de 2 pais inexperientes que ainda estão aprender a diferença entre body e babygrow.
Prometemos doses de riso e muito amor!
Como fiquei de baixa de alto risco pelas 31 semanas acabei por começar as preparações e organizações com antecedência ... muita antecedência.
Bom, no início não podia andar em grandes movimentações, tinha de descansar e estar a maior parte do tempo deitada no sofá cerca de 60% do dia (e ninguém merece isso quando tem de organizar a chegada de um novo ser humano ao mundo!). Mas fui uma menina muito bem comportada e passado um mês já estava, passo a citar a médica, "com um colo para dar e vender" =D. Por isso já podia, devagarinho, começar a fazer alguma bricolage e a orientar as coisas da miúda.
O pai adora gozar comigo a dizer que tenho ínicio de OCD (obsessive-compulsive disorder) (um inicio ou um fim, não é relevante para o caso) e eu não concordo nada com isso.. mas as coisas têm de estar arrumadinhas!! A verdade é que sou menina para todos os dias entrar no quarto da criança e endireitar uma ou outra coisa que possa estar "fora do sítio" ou dar um último retoque aqui ou ali (mas em minha defesa, são coisas que estão tortas e/ou desarrumadas). Mas começo a notar que de facto quanto mais tempo tenho, mais vou endireitando as coisas ...
Já lavei e engomei (com a a ajuda da Avó), já tirei etiquetas (fiz alguns buracos ao tirá-las e depois cozi), já pus os lençóis no berço, já arrumei os cremes no sítio onde eu acho que me vão dar jeito, já arrumei caixas, caixinhas e caixotes, já fui ao supermercado fazer as compras para os primeiros tempos de bunker, já cozinhei, já comi a comida que era para ficar congelada para os tempos de bunker e já voltei ao supermercado novamente.
Saber esperar é uma virtude que eu estou a aprender a adquirir! As minhas mãos já estão tão inchadas que a aliança já foi para a gaveta, os meus pés estão tão gordinhos que parece que os sapatos não me servem, a minha cara está a inchar a olhos vistos e a barriga já está tão grande que todos os dias peço, com muita força, à marca do creme das estrias que não me desiluda, e acho que é por isso já dou por mim a falar com a minha bebé e a perguntar "quando é que vens cá para fora conhecer-nos?". É que para além disto tudo estou um bocado ansiosa/excitada/curiosa/em pulgas para a ver!!
Já sei aquilo que toda a gente diz "que não há pressa" e "que se ela está cá dentro é porque está bem" rebéu-béu-béu pardais ao ninho. Concordo 100%. Mas eu cá para mim isto de ter signo escorpião misturado com os genes Touro teimoso do pai está a ter forte influência no processo de descida da miúda. (claro que tinha de sobrar para mim.. ass: pai).
Dizerem a uma grávida que tem de contar 10 movimentos do bebé de 5 em 5 horas, todos os dias, é a mesma coisa que pedir a um cozinheiro que conte o número de bolhas que a água faz até ferver.
Eu não quero ser paranóica nem stressadinha, mas uma pessoa habitua-se aos constantes pontapés e de repente a partir das 37 semanas começa a ter mini ataques quando não a sente durante um tempo. Monitorizar os movimentos do bebé não é uma coisa própriamente fácil e para contar já basta as calorias para ver se não chego (ou ultrapasso!!) os 20 kg a mais.
Isto para vos contar que acordo todos os dias com as galinhas (mais precisamente com o marido a ir exercer as suas funções de trabalhador exemplar) e depois não durmo mais porque a miúda começa desde cedo a estrebuchar e a armar-se em Telma Monteiro com as minhas costelas.
Ontem foi um dia igual aos outros, lá abri o olho para despedir do homem e mal ele sai eu também me levanto para iniciar o meu dia de preparações para a chegada da miúda. Começa o stressezinho quando não a sinto. Vou tomar banho, não a sinto. Vou tomar o pequeno almoço, não a sinto. Vou enconstar-me no sofá numa posição que eu sei que é a preferida dela para me enfiar os pés nas costelas, não a sinto.
Oh com um caraças, ainda nem nasceu e já fugiu de casa queres ver!
Lembrei-me - vou comer chocolate dizem por aí que desperta os bebés. Lá se vai a minha "dieta sem doces nem pão" e toca de enfardar meio Daim que estava guardado religiosamente para um dia de festa (tou a mentir.. foi um Daim inteiro). Quase que nem o saboreei tamanha era a vontade de despachar o assunto... Nem 5 minutos foi preciso para começar a sentir um festival de rotativos nas costelas.
A todas as grávidas - a solução é Daim. Eu sempre soube e aposto que é uma solução para muito mais coisas.
Durante toda a gravidez ouvem-se aquelas sabedorias populares sobre se é menino ou menina.
Eu que era completamente nula nestas coisas e não fazia ideia que havia superstições que previam o sexo do bebé fiquei fascinada e ouvia atentamente todas elas numa tentativa inocente de tentar descobrir tudo antes de sequer a ciência o permitir.
Encontramos alguém na rua (que conhecemos e que não conhecemos) e a primeira coisa que pergunta é:
"O que é?" e em todas as vezes o que eu penso que vou responder é "É uma pizza!" .. mas depois respondo "Não sei!".
"Tem uma barriga tão empinadita, isso de certeza que é um menino" (as certezas são maravilhosas!);
"Não tem pano na cara e está com uma pele bonita, isso de certeza que é um menino".
"Tem mais vontade de comer doces ou salgados?" "Por acaso não era fã de doces e agora era capaz de comer a caixa de bolas de berlim do senhor da praia assim numa tarde." "Ahhh então é porque é menina!"
Até o avô do pai fez a superstição da agulha e do pêndulo (deu uma menina).
Agora estava confusa e esta coisa da indefinição mexe comigo.
Tive que me aguentar, as dúvidas só foram tiradas mesmo quando a médica obstetra aponta para dois risquinhos do tamanho de duas farpas numa fotografia a preto e branco e diz com toda a certeza e emoção "É uma menina!!".
Ora portanto, e aqui que a miúda não nos ouve, tanto eu como o pai tinhamos encomendado um menino. E porquê? Não sei bem, mas sempre ouvi dizer que eram mais fáceis, mais económicos e que era bom ter um irmão rapaz mais velho.
Ainda passei alguns dias com pesos na consciência a dar por mim a fazer festinhas na barriga e a dizer em voz alta, sozinha em casa, "é uma menina, que fixe!!!".
Mas é um primeiro filho e na verdade é completamente indiferente portanto imediatamente mudámos o chip focámo-nos nos folhos (eu pelo menos foquei-me nos folhos, o pai acho que se focou mais no problema que ia ter na adolescência caso ela saísse à mãe).
Eu cada dia que passava ficava mais feliz porque já chegava não me sentir minimamente preparada para cuidar de um bebé, então de pensar que esse bebé poderia ser um menino... brincar a coisas meninos - não sei; lavar meninos - não sei; vestir meninos - não sei; perceber meninos - não sei.
Tudo faz agora mais sentido com uma menina. Para próxima vem o pilinhas.
Sou a favor da amamentação, mas para quem o queira fazer. Faz-me alguma comichão haver tantas pessoas com largaaaas dissertações sobre o tema e que acabam por categorizar uma mãe pela quantidade de mamadas que ela deu, dá ou vai dar.
Desde os mais práticos aos mais teóricos e emocionais, são gigantes os benefícios do leite materno o que me leva a querer com muita força ultrapassar as famosas dores e desconfortos iniciais para dar de mamar à minha filha nos primeiros meses.
Mas como nem sempre é possível dar de mamar, por todas as razões e mais algumas (o leite não sobe, não desce, faz feridas, não consegue, não quer, não é UCAL, não é de soja, etc..), temos de encarar a outra opção com mais tranquilidade e menos julgamento para quem de certeza quer o melhor possível para os seus filhos.
A gravidez no geral e especialmente na altura do nascimento já é suficientemente dura e emocional para as mães para ainda ter os/as vários/as filósofos/as de bolso a julgar esta e aquela por querer ou nao querer amamentar os seus filhos.
Frases como "só quem amamenta tem uma ligação especial com o bebé" podem ser devastadoras para uma mulher que acabou de pôr uma criança no mundo, tem as hormonas viradas ao contrário e simplesmente não está a conseguir lidar com o processo de dar de mamar. É porque não somos todos iguais!
É importante também sublinhar que os primeiros 6 meses de alimentação de uma criança são o que o próprio nome indica "os primeiros 6 meses" e ainda resta uma vida inteira de educação alimentar que parece ser muito mais influente e muita gente nem lhe dá o devido valor nem sequer para si mesmo.
Já sei que saímos do trabalho cada vez mais tarde, que a emancipação da mulher está no auge, bla bla bla whiskas saquetas, e que isto tudo torna a vida mais dificil, mas é mesmo importante tratarmos da alimentação que temos em casa. Devemos aprender a cozinhar e a escolher os nossos legumes, carnes, frutas, etc. É um facto muito conhecido que os potes de purés de fruta estão recheados de açúcar e conservantes e não são assim tão dificeis de fazer. As sopas que não são feitas em casa penso que já vêm mastigadas e tudo (é útil porque poupa imenso no tempo e no dentista mas..). As bolachas querem-se com formas divertidas (eu também adoro comer uma cabeça de Mickey ou um mini rinoceronte, é um grande empowerment) mas a grande maioria está carregada de açúcares.
Adiante e controlando as minhas hormonas revolucionárias, seja qual for o método de alimentação escolhido, há mães e mães, há bebés e bebés. No final o que importa é que uma mãe feliz faça um bebé feliz porque o que queremos é que ser mãe não seja mais stressante do que naturalmente é.
A mãe. (Com algumas correções do Pai que visaram o controlo das hormonas da gravidez!)
Quando estás grávida vais a um básico restaurante de hamburgueres e o teu pedido é mais complicado de explicar que o conceito de buraco negro. "Queria o hamburguer XPTO mas, e agora é melhor trazer o bloquinho de notas, a carne muito bem passada, sem ser esturricada mas também não pode ser crua, sem a alface, tire tudo o que é verde e cru, deixe o tomate mas tem de grelhar (tem mesmo de deixar o tomate cozinhar), com cheddar em vez de brie e a cebola tem de ser passada na chapa."
As restrições alimentares são um tema.
De um lado temos os médicos mais conservadores que por eles até a sopa era feita com água engarrafada, por outro os mais modernaços que aconselham um sushi por mês para a criança não nascer com cara de niguiri.
E nós grávidas pela primeira vez, com pouca inteligência e conhecimento relativamente a qualquer tema da gravidez, vamos vendo o que esta e aquela vão fazendo e tentado balançar aquilo que se vai ouvindo dizer.
Como a minha médica também não é rapariga de grandes posições relativamente a este tema, fui largada um bocado aos lobos apenas com a noção de duas coisas "não comer alimentos crus, não comer alface e tomate sem passar por vinagre". Parece coisa pouca "ahhh, que exagero, elas não podem comer sushi e tártaro de resto podem comer tudo aquelas lontrinhas".
Mas só que não!
Presunto é considerado carne crua, os queijos têm de ser pasturizados (o leite não pode ser cru), as frutas afinal também não podem ser comidas assim tranquilamente porque a casca pode ter a mesma bactéria que está no tomate e na alface antes de serem passados por vinagre, os bivalves estão fora das hipóteses porque se tiverem estragados é um filme.
E isto são as coisas que eu tenho atenção, porque há outras coisas que supostamente não são aconselháveis mas enquanto não me derem uma justificação minimamente credível e com sentido também não vou deixar de comer só porque sim (como é o caso do camarão).
Posto isto, gasto mais vinagre do que creme para prevenir as estrias e rendo-me ao doces que são meus amigos verdadeiros e não me fazem mal (menos à mousse de chocolate que tem ovos crus!).
Mas já estou na recta final da gravidez e não aprendo.
Não sei se é da falta de memória que o meu homem já mencionou anteriormente (algo que eu não me lembro de acontecer assim tantas vezes, mas acredito no que ele diz!), ou se é simplesmente distração. Mas no outro dia (já com 7 meses de restrições) estava muito bem a deliciar-me com um wrap do Mcdonalds quando me apercebo que estou a comer alface e tomate. Oh meu deus! O vinagre! As bactérias! A toxoplasmose e tudo o que isso implica (que nunca ninguém me soube explicar o que era exatamente!).
Senti-me uma lontrinha, má mãe, com défices de atenção e sem capacidade de tomar conta de nada nem de ninguém. Quase que chorei. Com algum esforço, pousei o wrap de lado e foquei a minha atenção no Mcflurry de M&M's.
É incrível como uma mulher pode viver apenas com dois ou três trapinhos durante praticamente 9 meses. Os homens que não se comecem já a atirar ao ar porque isto é a mais pura das verdades.
Provavelmente também tive azar, mas a verdade é que logo no início com 2 meses de gravidez a minha barriga estava tão inchada que já não conseguia vestir as minhas calças de ganga (que saudades que tenho delas!). Vai de voltar aos tempos áureos do liceu onde só se usava leggings e t-shirts largas. Fui tantas vezes de leggings para o trabalho e para reuniões que a minha equipa gozava comigo e achava que eu tinha sido enfeitiçada por alguma seita das leggings. Mas no inverno é difícil, está frio e apetece usar calças. Não há nada mais prático, especialmente para quem está a esconder a gravidez até aos 3 meses, do que a bela da legging preta com uma t-shirt e camisola bem larga por cima.
Bom no início até tem alguma graça, tudo é novo, as emoções são fortes, o corpo vai mudando com uma velocidade moderada. Que gira que é aquela mini barriguita que facilmente se confunde com uma pancita de cerveja.
Passam os primeiros 3 meses e já passa a ser um orgulho andar a passear aquela barriga que passou de pancita de cerveja a pancita de grávida. Agora sim, percebe-se que estou grávida. E como fiz logo uma barriga grande aos 3 meses de gravidez, já farta do raio das leggings, fui aventurar-me numas compras para a minha condição. Corri a H&M do Chiado, a ASOS, a C&A e a Prénatal.
A coleção de grávida das duas últimas lojas metia medo ao susto e só mesmo os soutiens é que se aproveitavam. Parecia que tinham pegado nas roupas mais desenxabidas da loja e aumentado o tecido para caber um barriga. Os cortes pareciam do século passado, os padrões e os tons muito sem gracinha nenhuma.
Nada feito.
Segui rumo à H&M do Chiado para espreitar os trapos e lá encontrei umas calças de ganga do meu agrado na zona de grávidas e um ou outro vestido da zona de não grávidas que se adaptava na perfeição à pancita. O que eu não tinha noção é que ela crescia tão depressa... Depois espreitei a ASOS que me ajudou a não usar só um par de jeans durante aqueles meses todos.
Resumindo, a oferta é escassa e pouco moderna. Parece que nos temos de vestir como as nossas mães na altura em que só exisitiam aqueles vestidos gigantes onde a silhueta desparecida no meio de tanto pano.
(Se conhecerem outras soluções acessíveis monetariamente à comum grávida que anda constantemente em poupanças para o enchoval da criança partilhem pf porque não queria passar pelo mesmo drama numa próxima oportunidade.)
Os meses vão avançando e os quilinhos também. Tinha a mania de todos os dias me pesar e comecei a sentir-me deprimida porque todos os dias o quilos aumentavam. Não vou já revelar quantos foram no total porque ainda falta um mês de estado de graça, fica um assunto para outro post porque este sim, tem pano para mangas.
Às tantas dás por ti no sexto ou sétimo mês de gravidez e já não te servem as calças de grávida nem qualquer outro vestido que tão inconscientemente compraste a achar "ui isto estica imenso, dá até ao fim com certeza!". O que vale é que é verão portanto arranjei dois ou três vestidos da H&M tamanho largo e são os meus trapinhos diariamente. É isso ou gastar mais não sei quantos tostões a comprar roupa que só me vai servir mais um mês.
Claro que isto não é algo que se aceite assim facilmente. Todas as manhãs o meu homem (que é um santo!) ouve a frase "estou farta desta roupa!!!! já não posso ver este trapo!!!" e ou outras variações da frase e do tom que esta é dita.
É danado quando a pessoa começa a ter noção que nada, NADA NADA, no armário lhe serve. E às vezes nem é o problema da barriga, mas sim do tamanho em que as ancas ficaram. O ponto positivo é que já não gasto dinheiro em roupa, não tou para comprar tamanhos XL para depois nunca mais voltar a vestir. Portanto não ponho os pés na Zara há uns tempos, nem quero saber do que andam a vestir as pessoas magras e esbeltas.
O novo decreto-lei diz que todas as entidades “públicas e privadas, singulares e colectivas que prestem atendimento presencial ao público” passam a ter de garantir atendimento prioritário a grupos da população mais vulneráveis.
Uma lei que era completamente escusada se a população portuguesa fizesse uso ao civismo e ao bom senso.
Ao principio tinha alguma relutância em dizer alguma coisa e pedir para passar, mas desde que me doem as costas, que os meus pés parecem que se vão desfazer, que o chichi está sempre (mas mesmo sempre) a querer sair e a barriga pesa mais 15 kilos que não quero nem saber. Uma ida ao supermercado a partir das 30 e poucas semanas começa a ser uma missão muito difícil.
As caixas prioritárias existem precisamente para facilitar a vida às grávidas (aos defecientes e aos mais idosos) e por isso nunca fui de utilizá-las antes do estado de graça. Mas há pessoas que não querem mesmo saber, plantam-se ali, fingem que não estão a ver que estão pessoas prioritárias na fila (olham para as suas compras, para o chão, para o iPhone) - às vezes estas caixas são as que têm mais pessoas, como é possível?
www.transitchicago.com/courtesy
Muitas vezes a falta de senso vem dos funcionários dos estabelecimentos que quando estão a trabalhar numa caixa prioritária não olham sequer para as filas para perceber se há pessoas realmente prioritárias que devem ser chamadas em primeiro lugar. Muitas vezes temos que ser nós a pedir a 10 pessoas que estão à nossa frente se não se importam que passemos à frente (porque elas continuam com os olhos enfiados no iPhone!).
No outro dia parei numa bomba bastante populada da A2 para ir à casa de banho (do algarve a lisboa sou capaz de parar umas 5 ou 6 vezes) e ponho-me no final da fila da casa de banho das mulheres que ia quase até à rua. À minha frente estavam mulheres de todas as idades (crianças, jovens, adultas e idosas), todas repararam na minha barriga (até porque está bem visível) e não houve uma única alminha que tivesse o bom senso de me deixar passar à frente. Mas a maior parte delas já tinha de certeza passado pelo drama do chichi que parece que vai sair a qualquer momento e, mesmo assim, enfiam os olhos nos seus iPhones e fazem-se de mortas.
Mas porque nem tudo é mau, ir tratar de burocracias à segurança social nunca me deu tanto prazer!
Nunca me interroguei, nunca dediquei um minuto do meu pensamento nem das minhas leituras curiosas aos 9 meses de gravidez das mulheres.
Mas, agora que estou grávida e em pouco tempo de observação identifico vários padrões, vários "tipos de grávidas" e vários tipos de experiências verdadeiramente diferentes!
Aquelas que estão de mau feitio o tempo todo e que é tudo uma chatice e um desconforto - enjoam de manhã à noite, têm azia, dores ciáticas e desejos inconcebíveis.
Aquelas mais stressadas que estão constantemente preocupadas com a criança e que acabam com a vida pessoal da médica obstetra.
Aquelas que têm uma gravidez verdadeiramente santa, que nem uma ligeira pontada nas costas tiveram, tão pouco um buraquinho de celulite. Fazem ginásio todos os dias e comem salada de abacate ao pequeno almoço.
Eu não me consigo encaixar em nenhum tipo. Para dificultar um bocado, acho que sou todos os tipos juntos. Já senti uma ou outra dor ciática, já fiz hidroginástica ao final do dia de trabalho para ver se a celulite não ficava pior e já liguei à minha médica obstetra três vezes seguidas a um sábado.
Se a gravidez é uma estado de graça? Não sei.
Sei que desde o momento em que aquele teste deu posivito que sinto uma força muito poderosa e um amor gigante por uma fotografia a preto e branco que destaca apenas ossos e orgãos.
É a sensação mais forte e feliz de sempre! Venham daí as bolas de berlim ao lanche e as saladas de abacate como remorso ao pequeno almoço do dia a seguir.