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Vamos lá ter um bebé!

Achavam que iam encontrar resposta para os dramas da maternidade? Não! Este blog conta a experiência de 2 pais inexperientes que ainda estão aprender a diferença entre body e babygrow. Prometemos doses de riso e muito amor!

Um desabafo alimentar

Estou perdida neste novo regime alimentar em que não conheço 98% dos ingredientes das receitas da maior parte das bloggers/instagramers partilham e que já uma boa parte das pessoas que conheço segue à risca.

Até agora ainda não arranjaram nenhum nome fancy para o sal q.b. e a pimenta q.b. mas qualquer dia já nem esses eu consigo identificar. 

 

Primeira grande questão é: nem toda a gente tem tempo nem vontade de estar no ginásio mais de metade do dia a queimar tanta proteína que se recomenda nas receitas que por aí andam. O comum mortal tem trabalhos das 9 as 6 com pausa para o almoço sendo que o dia se passa sentadinho com o rabo na cadeira a escrever no teclado. Não precisamos dessa energia toda! 

A segunda questão é o poder do abacate. O abacate e o seu suposto sabor delicioso. Sou só eu ou o abacate não é assim tão delicioso que se justifique hipotecar a casa para comprar 1kg todos os dias? Malta, isto é grave - no Reino Unido vendem-se mais abacates do que laranjas. 

Já não se fazem bolos ou mousses ou outras sobremesas de chocolate com a clássica tabelete pantagruel. Naaaaa isso é muito impuro. Só com pepitas de cacau exótico. Tudo o que venha abaixo disso é cocó. 

 

E isto é uma lista interminável, desde os sem glúten, sem lactose, sem proteína animal, sem isto, sem aquilo, só com bróculos do Éden, pão de quinoa, leite vegetal (o de vaca é quase crime!), tomates cherry tricolor (o vermelhos estão demodé), zoodles (esparguete normal é muito 2015) e coentros apanhados no topo dos Himalaias por jovens Budistas.

Tudo tendências ditadas por um qualquer guru que escreve mais um livro de receitas e dicas consideradas como super mega saudáveis que o vão fazer ser uma pessoa muito mais pura e bonita.

 

É normal que uma pessoa se sinta perdida neste mundo completamente disfuncional em que por um lado, temos este disparate de extremismo que me faz sentir uma criminosa quando num restaurante escolho batata normal em vez de doce. Por outro, temos um supermercado tipico ocidental com tudo aquilo que sabemos que nos anda a tirar saúde e a matar aos poucos.

 

Chega a ser ridicula a forma como as grandes marcas alimentares encaram os seus negócios.. fazem do Escobar um gaiato no business. A Nestlé devia ter vergonha de vender iogurtes para bebés de 7 meses (aqueles que ainda são com leite adaptado) carregados de açúcar. Já para não falar dos cereais e snacks para criança. Como dizia um artigo que li há uns dias, fomos presenteados com "banquetes de veneno" doces ou salgados, dados por estas multinacionais, e perdemos a confiança em qualquer artigo científico ou organização de saúde. Todos sabemos que estes são financiados pelas tais multinacionais que são piores que o Pablito.

 

A escolha entre o supermercado mais nocivo que Hiroshima e as sementes de chia parece fácil não é? Mas e o que sabemos nós sobre esta dieta clean and cool que tanto se tem falado ultimamente? Acho importante perceber mais antes de entrar em grandes extremismos. E mais, uma coisa que não é preciso um curso de nutrição para saber, é que cada corpo, cada estilo de vida, precisa de um tipo de alimentação específica que pode não ser o mesmo daquela blogger que tanto achamos graça.

 

Não queria terminar sem dar:

- uma salva de palmas para as pessoas que ainda tentam ter uma dieta relativamente equilibrada onde evitam comer animais mal tratados, mas não se importam se ir ao Mcdonalds quando a noite anterior foi complicada;

- uma salva de palmas aos gurus que tornaram a beterraba num alimento não só comestível como muito apreciado pelo mundo ocidental fora. 

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 A mãe

Amiguinhos é que mandam nisto.

Quando o bebé nasce ninguém avisa de uma data de coisas, a verdade é essa! Uma dessas coisas é o tipo de amizades que a nossa cria vai ter e de que forma serão tão importantes na vidas dela. Estou claro a falar do urso de peluche do Winnie the Pooh!

 

Este monte de pêlo cor de laranja que tem mais um palmo de altura que a nossa filha é por vezes o elemento da família (sim, eu disse que o peluche era um elemento da família...) mais importante para ela. Se chegamos a casa depois de um fim de semana fora ela quase que se atira do nosso colo para cima dele, abre os braços e dá-lhe um Xi-coração sentido de bochecha escrachada no peito do bicho. De seguida eu tento aproveitar o momento de carinho para lhe sacar um abracinho para mim... "dá um abracinho ao pai" que tem como resposta um virar de cara e possivelmente um empurrar de braço do tipo "sai daqui oh meu".

 

Outro exemplo da importância deste melhor amigo é o facto de quando perguntamos a ela pelo Pooh rapidamente liga o radar e olha á volta como se a vida depende se disso e quando o encontra estica o braço e o dedo indicador com uma rapidez e impulso que parece que vai deslocar o ombro. Mais uma vez eu e a mãe tentamos capitalizar o momento para nós "E o pai, onde está o pai?"... zero, nem dedo nem braço nem sequer uma reação facial, olha para mim como se eu fosse um bocado de rocha que ali apareceu.

 

E se o Pooh é o irmão mais velho então o Nenuco com 20 e tal anos que era da mãe e que nós tão criativamente apelidámos de "bebé" é a irmã mais nova. Tem direito ao mesmo excitamento de braços quando se pergunta por ela e também leva uns abracinhos sem fazer nada por isso. A diferença é que a bebé leva porrada que ferve e é arrastada pela sala pelos pés enquanto a nossa exploradora navega a divisão da casa.

A pergunta que eu coloco é a seguinte, todos os amigos vão ser mais importantes que eu sempre, a vida toda? Até os inanimados?!

O pai.

Levar a casa às costas

Sempre fui menina para estar perto de uma horinha a fazer uma mala para ir de férias. Lembro-me do meu pai e da minha mãe me perguntarem, com o ar mais irónico de sempre enquanto carregavam as malas de chumbo para o carro, se eu por acaso não me tinha esquecido de levar a torradeira porque podia fazer falta.

A verdade é que nunca me poupei nas coisas que levava, sempre fui gozada por isso mas o certo é que não havia nada que faltasse. E eles lá alinhavam nas minhas loucuras e acartavam aquilo tudo sem refilar tentando que a ironia fizesse algum efeito em mim, mas não. Acho que quanto mais crescia mais coisas levava.. afinal nunca se sabe se umas torradinhas vão fazer falta.

 

Os anos passaram e.....

 

Com um filho, como devem calcular, isto tornou-se uma doença e hoje tive 4 horas, e não estou mesmo a brincar, para preparar umas férias de 5 dias no Algarve. Entre fazer comida para 5 dias para uma pequena alarve que come por 3 adultos, uma mala com 2 mudas de roupa por dia mais a possibilidade de estar frio e a possibilidade de estar calor, um saco com os brinquedos preferidos e os não preferidos porque cada dia prefere um diferente, um necessaire com o necessário para sobreviver a um febrão repentino, tosse, constipação e picadas de mosquitos entre todas as outras coisas básicas que ela precisa para manter o status "cheirinho a bebé"..

Entre isto tudo, e muito mais que não vos cansar, nos últimos 15 minutos destas 4 horas, atirei para uma mala daquelas pequenitas de voar na easyjet, a meias com O Pai, uns vestidos e uns bikinis e fiquei feliz por ter um espacinho no carro para as minhas coisas.

Entrei no carro e pensei... coitados dos meus pais! =P

A mãe.

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