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Vamos lá ter um bebé!

Achavam que iam encontrar resposta para os dramas da maternidade? Não! Este blog conta a experiência de 2 pais inexperientes que ainda estão aprender a diferença entre body e babygrow. Prometemos doses de riso e muito amor!

Conversa de cocó

Até há bem pouco tempo eramos dois seres bastante normais.

Um filme de domingo deixáva-nos felizes, uma mesa cheia de amigos a uma sexta à noite deixáva-nos felizes, trabalhar em oeiras e não apanhar trânsito todos os dias deixáva-nos felizes.

 

Mas depois veio a Diana e o conceito de felicidade mudou. Mudou tanto que quando nos apercebemos o ponto mais alto do nosso dia era ver um cocó. Ficamos felizes ao ver cocó. Cocó de bebé mal cheiroso e com uma palete de cores que varia entre o cinza e o mustarda (sempre na moda esta miúda).

 

E fazemos disso um programa em família todos os dias de manhã e à noite. Há quem veja o telejornal, nós vemos cocó (na realidade dois programas que não diferem muito) e somos felizes assim. E não, não é aquele feliz de quem conseguiu tirar aquela semana de férias que toda a equipa do trabalho queria ... é aquele feliz de quem ganha um sorteio, um campeonato de futebol, o Euromilhões!! (não sabemos o feeling mas acreditamos que se assemelhe) 

 

Isto porquê? Porque a miúda tem prisão de ventre e só faz o chamado "cocó assistido" - com a ajuda do tubo do bebegel. Então, todos os dias pela manhã e pelo final do dia vestimos os nossos fatos de extreminadores, preparamos os utensilios e lá vamos nós para o ritual do cocó que muitas surpresas já nos deu.

 

Mais do que eu, o pai tem algumas histórias de cocó que eu tenho de partilhar convosco porque a verdade é que estas coisas não devem ficar escondidas para nós. 

A última e para mim a melhor de todas foi quando estavamos os dois tranquilões sentados e bem encostados na cama depois de termos dado banho à miuda. Ela tinha comido, arrotado e estava a dormir ferradinha em cima da barriga do pai.

Ela toda calminha e com um cheirinho mesmo bom, o cenário estava muito calmo....

De repente "Parece que estou a sentir húmido aqui na barriga" diz o pai. Pronto. Parou tudo, lá se foram os passarinhos a chilrear, o som das cascatas, o cheiro do incenso e aquela paisagem zen que eu estava a imaginar dentro da minha cabeça ... Afasta-a um bocadinho e o temido aconteceu mesmo. Ela conseguiu a proeza de fazer cocó e xixi, encher a fralda, deitar tudo por fora, ensopar o body e depois o babygrow e finalmente inundar a barriga do pai. Leram bem, inundar, porque o umbigo do pai estava cheio de xixi até cima!

Eu não me contive e rebolei a rir. Ri tanto que até me doeram os abdominais que não tenho.

Ela por outro lado estava com a cara mais zen de sempre como se tivesse entrado naquele mundinho de cascatas e passarinhos a chilrear onde nós estávamos..

O pai, pobre coitado, num misto de riso e nojo pedia-me que lhe chegasse as toalhitas por favor mas eu não me conseguia concentrar. Só conseguia ver o umbigo dele inundado de xixi e tudo o resto que não vou descrever porque quero muito que as minhas amigas tenham bebés.

 

Mas não ficamos por aqui. Uns dias antes estávamos nós no ritual do cocó mas desta vez na sala ... perigoso, muito perigoso. Em cima do sofá. Ultra perigoso. 

Mas estávamos confiantes.

É então que no meio de massagens na barriga e pressões de joelhos na barriga um esguicho de cocó sai em modo bisnaga com uma consistência liquída o suficiente para voar mas pastosa o suficiente para sair tipo bala.

Mais uma vez, o pai, o protagonista destes episódios de cocó, só não levou com um jato na cara porque desviou-se mesmo em modo ninja e foi mais rápido do que a própria sombra. O esguicho saiu disparado para a cara dele e ele desvia-se para o lado, passa (e mancha ligeiramente) o sofá, e acaba nas suas calças. Não perguntem como foi humanamente possível mas aconteceu. As calças ficaram com cocó de cima a baixo e eu vi tudo em câmera lenta. Foi TOP!

E  o pai, amoroso e super babado, dá-lhe beijinhos no final e diz que gosta muito dela mesmo quando leva com as suas porcarias em cima.

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Agradeço à miúda este momentos em que choro a rir, rebolo no chão de tanto rir, ao vê-la dominar completamente o pai. E ainda tem ... 1 mês. 

Muahahahahahahah

A mãe.

O pós-parto.

E passaram os primeiros dias de vida da Diana...parece que foi ontem e parece que foi desde sempre!

 

Não sabia bem por onde começar este post mas sabia que o tinha que começar... até agora este blog foi focado na gravidez e em todos os seus derivados. Nessa época grandiosa (em todos os sentidos) da mulher (e do homem, claro!).

Mas agora acabou.

Agora começou um novo capitulo e eu confesso que ainda estou meia apardalada com tudo isto. Escrevi, apaguei, escrevi apaguei...este post levou algum tempo a começar. Está tal e qual os meus dias, levam algum tempo a começar.

 

Neste primeiros dias as minhas capacidades motoras estavam muito muito reduzidas o que me impediu de participar nos primeiros eventos da minha filha - não consegui mudar-lhe as primeiras fraldas, não consegui ir ao primeiro banho, não consegui fazer-lhe a primeira massagem para os gases... parecem coisas pequeninas e dizem vocês "Ah, vais ter muito tempo para limpar cócós". É verdade. Mas para um pessoa que teve 9 meses à espera desta criatura e mais 20 horas em trabalho de parto, acreditem, tudo o quer é poder participar na vida dela. E a vida dela são cocós e gases!

Foi aqui que senti alguma impotência e entreguei a miúda completamente aos cuidados do pai (estava na altura dele ser ativo no processo.. e tão bem que ele se saiu, que orgulho!). 

E este sentimento de "quero fazer coisas mas estou presa a uma cama com 7 pontos e uma valente anemia" deitou-me um bocadito a baixo nos primeiros dias. Não sei se sou só eu, mas este sentimento é algo que não se aprende nos curso de pré parto e que em geral ninguém partilha...

 

Mas se os dias na maternidade são difíceis, o chegar a casa e não ter o botãozinho vermelho para puxar e saltarem enfermeiras como cogumelos é assustador. Havia um mixed feelings relativamente ao chegar a casa.. por um lado a ideia de fazer ninho era excelente, por outro a sensação de responsabilidade era avassaladora.

 

Avassaladora. Esta é para mim a palavra certa para descrever os primeiros dias pós-parto. 

 

Avassalador é este bebé ser completamente dependente de nós. Avassalador é saber que a maior parte das vezes tenho que confiar no meu instinto. Avassalador é pensar que o que faço com ela hoje terá impacto no amanhã. Avassalador é um bebé a chorar há 2 horas e não saber o que tem nem como aliviá-lo. Avassalador é ter as maminhas em sangue e mesmo assim querer continuar a dar de mamar. Avassalador é quando o pai tem de voltar ao trabalho. Avassalador é o sono que tenho (tenho tanto sono!). Avassalador é não conseguir tomar banho sem ter mais alguém em casa. Avassalador é lembrar-me de jantar à meia noite e meia. 

Avassalador é este amor por esta bebé. É infinito, é inexplicável.

 

E devagar, muito devagar, as feridas do parto ficam curadas, as rotinas criam-se e o que era avassalador passa a fazer parte e por isso passa a ser um desafio. Devagar, muito devagar, volto a respirar um bocadinho fora da bolha. Devagar, muito devagar o caos passa a ser a vida, o dia a dia. 

E o dia a dia é mágico. =)

A mãe.

 

 

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